Mário Centeno está otimista: “podemos estar certos de uma recuperação económica relativamente rápida” na Europa. Em entrevista publicada este domingo ao alemão Welt am Sonntag, o presidente do Eurogrupo (e ministro das Finanças português) salienta que as previsões económicas que têm sido divulgadas pelas várias entidades não levam em consideração as medidas que estão a ser preparadas a nível europeu – designadamente o plano de 500 mil milhões de euros em subvenções “a fundo perdido” que Merkel e Macron propuseram esta semana e que serão alvo de negociação ao longo das próximas semanas, pelos líderes do Conselho Europeu. Centeno diz que reagir corretamente a esta crise é uma “questão de vida ou morte” e defende que os líderes europeus têm de criar ferramentas para se conseguir “gerir a dívida” adicional.
A proposta de Merkel e Macron, que já produziu uma contra-proposta por parte dos chamados “quatro frugais” (que exclui mutualização de dívida ou aumento substancial do orçamento comunitário), foi “uma boa notícia para a Europa“, considerou Centeno. “Qualquer proposta que seja feita por Alemanha e França é um fator conducente a mais convergência e união na Europa”, diz Centeno, defendendo que “a iniciativa é um passo audaz, no sentido correto, para ultrapassar esta crise“.
Centeno lembra os outros responsáveis europeus que estas discussões políticas e económicas estão a ter lugar numa altura em que as pessoas, de um modo geral, “temem pela sua saúde e pela sua segurança: isto é uma questão de vida ou morte. As pessoas perderam os seus pais, as suas mães e os seus avós nas últimas semanas e estão extremamente sensíveis em relação a esta questão – e, com razão, têm uma expectativa de solidariedade por parte da União Europeia”.
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