A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera ser cada vez menos provável que venha a existir uma segunda grande vaga do novo coronavírus. Em declarações à rádio RAC-1 da Catalunha, a diretora de Saúde Pública da OMS, a espanhola María Neira, disse que os modelos com que a organização trabalha apontam cada vez mais para esse cenário e apelou ao cuidado e à prudência.

“Existem muitos modelos que avançam muitas probabilidades, desde um crescimento pontual a uma vaga grande, mas esta última possibilidade é cada vez mais descartada”, afirmou María Neira, segundo a agência de notícias Efe, garantindo que, independentemente do que aconteça, “estamos muito melhor preparados em todas as áreas” do que no início da pandemia.

Segundo a responsável, a taxa de transmissão diminuiu de tal forma “que o vírus terá dificuldades em sobreviver”. Ainda não é possível dizer se esta primeira vaga está a chegar ao fim mas, segundo Neira, os dados recolhidos até agora mostram que um mal maior foi evitado durante as primeiras semanas do surto. Apesar dos números promissores, a diretora de Saúde Pública da OMS alertou que, neste momento, “não vale a pena fazer muitas previsões”, porque, com o início do desconfinamento em vários países europeus, as próximas semanas serão fundamentais e “uma fase muito crítica”.

María Neira apelou a “muita prudência” e “senso comum”, mas evitando a “paranóia” e a “preocupação excessiva. A população terá de aprender “a viver coma s doenças infecciosas”, disse à RAC-1.

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Diretora-geral da Saúde não se pronuncia sobre declarações da diretora de Saúde Pública da OMS

Graça Feitas disse que não se queria pronunciar sobre as declarações de María Neira à rádio catalã, porque vários “estudos que indicam em diversos sentidos”. A diretora-geral da Saúde portuguesa foi questiona sobre o tema durante a habitual conferência de imprensa de atualização da situação epidemiológica em Portugal, esta segunda-feira.

“Vamos ter aguardar. Vários estudos indicam vários cenários diferentes”, considerou Graças Freitas em resposta à questão colocada por uma jornalista.

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