É necessário aumentar a capacidade instalada dos serviços de Medicina Interna do país em 46% até ao próximo ano, sendo necessário um investimento de cerca de 32 milhões de euros.

A notícia é avançada, este domingo, pelo Jornal de Notícias, que cita uma proposta da comissão de acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19, criada pelo Governo em abril deste ano, e que está em consulta pública até 21 de julho.

O documento, intitulado “Proposta de Rede Nacional de Especialidade Hospitalar e de Referenciação — Medicina Intensiva” e que data de 1 de junho, faz um retrato das necessidades por Administração Regional de Saúde (ARS) e destaca a necessidade de uma “abordagem simultânea da capacitação de estrutura, equipamentos e recursos humanos”.

No que toca aos recursos humanos, a comissão refere que os serviços de Medicina Intensiva estão “gravemente sub-dotados”, particularmente no setor da enfermagem, sublinhando que a resposta à pandemia só foi possível por se recorrer a profissionais de saúde de outras áreas hospitalares, que foram integrados nestes serviços.

“A retoma dos restantes processos assistenciais exige, está a exigir, a libertação desses profissionais para as suas atividades normais. É, assim, imperiosa a capacitação dos serviços de Medicina Intensiva em recursos humanos: médicos, enfermeiros e assistentes operacionais”, lê-se na proposta. Assim, para a comissão, será necessário proceder à contratação de 90 médicos, 583 enfermeiros, 191 assistentes operacionais.

Além da falta de recursos humanos, a proposta destaca que ainda um número de camas de Medicina Intensiva e de quartos de isolamento “escassos” — a média europeia é 11,5 camas por mil habitantes e em Portugal há 6,4 camas por mil habitantes —, os “muitos casos de obsolescência de equipamentos e de estrutura física” em muitos serviços, um número de quartos com capacidade para pressão negativa ou positiva “residual” e uma população de médicos intensivistas “escassa e envelhecida”.

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