António Costa quer dar uma nova vida à geringonça no Orçamento para 2021 e diz que tem uma “perspetiva positiva” das reuniões que começam esta quarta-feira entre o PS e os partidos de esquerda. O primeiro-ministro — que falava em Budapeste em declarações à RTP depois de um encontro com o conservador de direita Viktor Orbán — explicou que é à esquerda que quer continuar a governar: “Não há razão para que não seja assim depois de cinco anos de sucesso para o país“. António Costa diz que “há um largo campo de convergência” entre o PS e os partidos à sua esquerda, uma vez que já garantiu que a “resposta para esta crise não é o recurso à austeridade.” Quanto à hipótese de poder negociar com o PSD, Costa é claro: “Esse é um romance que não vale a pena alimentar“.

O primeiro-ministro reitera que a “democracia vive da existência de alternativas. Pelas maiorias à direita lideradas pelo PSD e à esquerda pelo PS. Uma solução de Bloco Central seria fator de empobrecimento da democracia. Os portugueses sempre que quiseram mudar de maioria, mudaram. Quando quiserem mudar, têm de ter alternativa. Eu não tenho pressa, espero que eles também não tenham pressa.”

Costa diz que isto “não quer dizer que o PSD tenha peste”, mas desde 2014 que sempre disse que preferia formar maiorias à esquerda. O PSD, explica, pode ser envolvido em questões como planos para grandes infraestruturas que são “compromissos para séculos”. Já em “soluções de governação, têm todos a ganhar que haja alternativa”.

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