O centro dedicado ao maior massacre em França durante a II Guerra Mundial foi vandalizado. Na parede com a designação “village martyr” (“vila mártir”), a palavra mártir foi riscada com tinta branca e pintada a palavra “mentiroso”, noticiou a agência AFP. O Presidente francês e os vários partidos, da extrema-esquerda à extrema-direita, já repudiaram o ato de vandalismo.
As inscrições parecem ter sido feitas por um negacionista do Holocausto, pelo menos tendo em conta o nome que aparece escrito depois da palavra “mentiroso”. O nome foi reconhecido por Philippe Lacroix, presidente do município de Oradour-sur-Glane, onde se localiza o centro.
O ato de vandalismo foi descoberto na sexta-feira e coberto com uma lona. Este sábado, vários políticos reagiram ao incidente, entre eles o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro Jean Castex que garantiram que tudo seria feito para trazer os responsáveis pela profanação do centro à justiça.
J'ai appris avec colère et consternation la dégradation du centre de la mémoire d'Oradour-sur-Glane.
Souiller ce lieu de recueillement, c'est aussi salir la mémoire de nos martyrs.
Tout est mis en oeuvre pour que les auteurs de ces actes infâmes en répondent devant la Justice.— Jean Castex (@JeanCASTEX) August 21, 2020
A vila de Oradour-sur-Glane foi alvo de um ataque, a 10 de junho de 1944, pelas tropas alemãs da divisão SS “Das Reich” que mataram 642 pessoas. Os habitantes foram fechados na igreja e em celeiros e a localidade foi incendiada. A vila de Oradour-sur-Glane foi reconstruída, mas a vila martirizada manteve-se como testemunho do maior massacre nazi em França.
Rien ne pourra faire oublier la mémoire de nos 642 martyrs d'Oradour-sur-Glane.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) August 22, 2020