O Papa Francisco renovou esta quarta-feira o “compromisso da Igreja” na luta contra os abusos sexuais de menores. As declarações do Papa surgem um dia depois de o Vaticano ter publicado um relatório sobre a gestão institucional do caso do antigo cardeal norte-americano Theodore McCarrick, expulso do sacerdócio em 2019 por ser considerado culpado de abusar sexualmente de menores, num dos casos de abuso mais mediáticos da última década.

“Ontem foi publicado o relatório sobre o doloroso caso do antigo cardeal Theodore McCarrick”, disse Francisco durante a audiência geral desta quarta-feira. “Renovo a minha proximidade para com as vítimas de todos os abusos e o compromisso da Igreja para erradicar este mal.”

Relatório do Vaticano conclui que João Paulo II sabia de acusações de abuso quando nomeou ex-cardeal, mas acreditou que eram mentira

O relatório publicado na quarta-feira resulta de uma investigação de um ano pedida pelo próprio Papa Francisco à forma como a hierarquia da Igreja Católica lidou com o bispo, depois cardeal, McCarrick ao longo de várias décadas. O documento concluiu que existiram falhas em toda a hierarquia da instituição, mas foi particularmente duro com o antigo Papa João Paulo II, entretanto canonizado pela Igreja.

De acordo com o relatório, João Paulo II estava a par das acusações de abuso sexual que pairavam sobre McCarrick quando o nomeou arcebispo de Washington, em 2001 — mas acreditou quando o então bispo lhe disse que eram mentira, mesmo tendo admitido partilhar a cama com seminaristas.

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