Há mais médicos aposentados no ativo, de regresso ao Serviço Nacional de Saúde, a trabalhar em tempo reduzido do que a tempo inteiro, avança o Jornal de Notícias na edição desta quinta-feira (artigo para assinantes). Apenas 28% voltam para cumprir o horário completo, enquanto quase um quinto trabalha entre 5 e 15 horas semanais e 44% entre 16 e 25 horas semanais.

Atualmente, há 220 médicos aposentados no ativo, sendo que 138 estão nos cuidados primários, 78 nos cuidados hospitalares e quatro nos serviços centrais (ainda que este número não deva ser contabilizado considerando o SNS). Os números foram disponibilizados ao JN pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Destes, 47 regressaram ao ativo em 2020 (até ao dia 20 de novembro tinham sido autorizadas 19 contratações) — as contas apenas dizem respeito a profissionais com contratos de trabalho e não consideram contratações por entidades em regime público-privado.

O regime excecional, em vigor há 10 anos, é contestado pelos sindicatos médicos, que defendem que o mesmo fecha portas aos mais novos. Àquele jornal, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirma que 152 médicos aposentados foram contratados entre janeiro e outubro deste ano (valores que contrastam muito com os da ACSS). Ainda de acordo com o SIM, tendo em conta os despachos publicados em Diário da República, há 576 aposentados ativos no SNS.

Jorge Roque Cunha, secretário-geral do SIM, considera que esta é “uma falsa solução” dado que o tempo reduzido escolhido por grande parte dos médicos aposentados não resolve os problemas do SNS.

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