Os profissionais de saúde vão começar a ser vacinados em Portugal no dia 27 de dezembro — a task force que coordenou a estratégia para a administração de vacinas contra a Covid-19 no país elegeu os médicos, enfermeiros e outros profissionais hospitalares como recetores prioritários da vacina. Porém, a intenção parece ser começar a vacinar apenas profissionais de saúde do SNS numa primeira fase — os médicos e enfermeiros do setor privado continuam sem informação sobre quando serão vacinados. O setor queixa-se de tratamento desigual.

A notícia é avançada pelo Expresso, que refere que existem inclusivamente hospitais privados que têm protocolos acordados com o Estado para tratamento de doentes, incluindo doentes com Covid-19, cujos profissionais de saúde continuam sem ter informação sobre quando receberão a vacina.

O semanário cita também esta quinta-feira uma carta enviada ao primeiro-ministro (com conhecimento da ministra da Saúde e do coor­denador da task force para a vacinação) pelo atual presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada.  Óscar Gaspar, que foi também antigo secretário de Estado do PS, critica em declarações ao Expresso a falta de inclusão de profissionais de saúde do setor privado na primeira fase de administração das vacinas, referindo mesmo: “Estamos preocupados. Se o plano [de vacinação] inclui a proteção dos profissionais de saúde que prestam um serviço público à população, entendemos que o importante são os cuidados assegurados e não onde o são.”

Nas queixas feitas ao Governo, o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada lamenta ainda que não existam informações sobre doentes dos grupos prioritários (de maior risco) que deveriam receber a vacina que atualmente estão a ser tratados no setor privado. Ao Expresso, o ministério da Saúde vincou apenas que “a vacinação é universal e destina-se a todos os portugueses” e que na primeira semana de vacinação Covid-19 as primeiras doses disponíveis irão para “profissionais de saúde selecionados” de cinco hospitais públicos, de referência. O gabinete de Marta Temido garante no entanto que os profissionais de saúde vão ser vacinados independentemente de trabalharem no SNS ou no privado — só não adianta quando.

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