Francisco Rodrigues dos Santos não desiste de censurar o Governo de António Costa por manter as escolas abertas para os alunos mais velhos. “Os jovens acima dos 12 anos têm incidências muito grandes ao nível das contaminações por covid, enquanto abaixo dos 12 não é assim o perigo de contagiarem sobretudo as famílias e os mais velhos. Acima dos 12 é uma das faixas etárias que existe até um certo descontrolo”, afirmou em entrevista ao DN.

A decisão de manter as universidades abertas também merece o mesmo grau de censura do líder do CDS. “se nós formos dos 20 aos 50 — porque as universidades mantêm-se abertas —, há quase uma discrepância enorme em relação às outras idades no risco de infeções e de incidências. Parece-me preocupante e alarmante” que o Governo não tenha “tido esta capacidade de cautela e de antecipação deste risco”, critica.

Na visão de Francisco Rodrigues dos Santos, a decisão de manter as escolas e as universidades abertas “pode significar um tiro furado e uma oportunidade perdida” no controlo da pandemia. “Ficou demonstrado pelos estudos que com as escolas fechadas mais rapidamente baixaríamos o tal R(t) — que é o índice de propagação da doença para baixo de 1. Com as escolas abertas vamos demorar mais tempo”, enfatiza.

Mais velhos deveriam ser vacinados já

Alertando para um processo de vacinação que será longo — “a maior parte dos portugueses só vão ser vacinados daqui a um ano —, o líder centrista diz que o plano do Governo de António Costa padece de um “pecado original”: “não ter vacinado os idosos com mais de 80 anos, como fizeram os países que são nossos congéneres a nível europeu.”

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Dando o exemplo do seu avô, “que vai fazer 100 anos no dia 13 de julho, Francisco Rodrigues dos Santos defende que a vacinação dos mais idosos por terem uma taxa de mortalidade “de 20%” e por serem “os mais vulneráveis, os mais expostos ao vírus, aqueles que estão com mais dificuldade em sobreviver”. “Estima-se que, só nestes 3000 infetados, agora acima dos 80 anos, 600 vão morrer. E nós temos 600 mil idosos com mais de 80 anos, 400 mil não estão em lares. Não compreendo como, sendo os, estes idosos não estão contemplados nesta fase da vacinação”, critica.

“Ninguém percebe como a ministra da Justiça está em funções”

Francisco Rodrigues dos Santos é particularmente duro com António Costa na análise do dossiê do caso da Procuradoria Europeia. Recordando outros casos do passado como a substituição da procuradora-geral Joana Marques Vidal e do presidente do Tribunal de Contas — “nós vivemos quase numa república em que o PS é o patrão, é o dono disto tudo —, o líder do CDS diz que “ninguém percebe como é que a ministra da Justiça ainda está em funções”, devido a “esta falsificação e às mentiras do Governo para preterir uma procuradora que ganhou o concurso para colocar um amigo.”

Tendo em conta que a Procuradoria Europeua vai investigar os crimes contra os interesse financeiros da União Europeia, nomeadamente o desvio de fundos europeus, o líder do CDS diz que Portugal deu “um péssimo exemplo para os nossos congéneres internacionais” ao promover “mentiras” e “falseamento do currículo do procurador” José Guerra. Por isso, Rodrigues dos Santos diz que “é o próprio combate à corrupção na União Europeia que está em causa.”

António Costa “não demitiu a ministra da Justiça e colocou a sua assinatura nesta mancha na credibilidade do nosso país, que nos envergonha todos, e tornou-se cúmplice politicamente da atitude que foi tomada. O primeiro-ministro não pode ser um nadador-salvador que se atira ao pântano sempre que tem de salvar ministros que perderam legitimidade para ocupar as suas funções, porque de um pântano ninguém sai limpo”, conclui