A Bombardier revelou que reduziu os prejuízos para 568 milhões de dólares (468 milhões de euros) no ano passado, face às perdas do ano anterior (1.323 milhões de euros), e que vai despedir 1.600 trabalhadores este ano.

A empresa canadiana irá cortar 1.600 postos de trabalho e interromper este ano a produção dos jatos para executivos Learjet, o que se prende com os novos esforços para reduzir custos e melhorar a sua situação financeira, refere a Bombardier em comunicado, no dia em que apresentou os resultados referentes ao quarto trimestre e ao ano fiscal de 2020.

Ao anunciar um novo pacote de medidas para cortar nos custos e melhorar a sua posição financeira, a empresa disse também que está a estudar as opções para “minimizar a subutilização” dos hangares e das suas fábricas na província do Quebeque, no Canadá.

Apesar das receitas globais terem recuado 13% em termos homólogos para 5.341 milhões de euros no ano fiscal de 2020, segundo dados citados pela agência Bloomberg, a empresa refere que a receita com as entregas dos jatos executivos atingiu os 4.612 milhões de euros. Este valor corresponde a um crescimento homólogo de 3% e a uma entrega de 114 aviões, dos quais 44 foram entregues no quarto trimestre, incluindo o recorde de 16 entregas de jatos Global 7500.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O presidente e presidente executivo da Bombardier, Eric Martel, considerou em comunicado que “o ‘downsizing’ [redução de pessoas e corte nos custos) é sempre muito difícil” e que o despedimento de funcionários ocorrerá no Ontário e no Quebeque.

E prosseguiu: “Estes cortes são, no entanto, absolutamente necessários para reconstruir os negócios enquanto continuamos a navegar na pandemia”. O objetivo da Bombardier é atingir uma poupança estimada em 330 milhões de euros em 2023, sendo que em junho do ano passado já tinha cortado 2.500 postos de trabalho. A previsão é a de ficar com cerca de 13.000 trabalhadores até o final deste ano, altura em que espera que a restruturação esteja concluída.

O fabricante de aviões explicou ainda que deseja focar-se nos modelos Challenger e Global “mais lucrativos”, bem como na área de negócios ligada ao atendimento aos clientes, pelo que decidiu abandonar o fabrico dos jatos para executivos Learjet.

No quarto trimestre do ano passado, a Bombardier reportou um prejuízo de 278 milhões de euros, montante que tem em conta o negócio de material rolante, que é atualmente propriedade da Alstom. O prejuízo da Bombardier no último trimestre de 2019 foi de 1.400 milhões de euros, segundo dados citados pela Bloomberg e divulgados.