O Governo português disse que o apoio à Guiné Equatorial, na sequência das explosões de domingo em Bata, “será equacionado” em coordenação com as Nações Unidas e a União Europeia.

O apoio à Guiné Equatorial será equacionado em coordenação com a comunidade internacional, nomeadamente no quadro das Nações Unidas e da União Europeia”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), por email, em resposta a uma pergunta da agência Lusa.

De acordo com a mesma informação, o MNE tem “estado a acompanhar a evolução da situação” na Guiné Equatorial, através missão diplomática portuguesa em Malabo, para obter mais informações, “designadamente sobre as necessidades no terreno” após a explosão ocorrida ontem em Bata.

Sobe para 30 número de mortos em explosões na Guiné Equatorial

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O embaixador da Guiné Equatorial em Lisboa disse que pediu formalmente ajuda de emergência a Portugal e aos restantes membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na sequência das explosões de domingo em Bata (a segunda cidade mais importante do país), que causaram dezenas de mortos e centenas de feridos.

Formalizei esta manhã o pedido de ajuda ao secretário-executivo e a todos os países membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa [CPLP]. Formalizei também o pedido de ajuda a Portugal, tanto ao nível da Presidência da República, como do Governo”, disse Tito Mba Ada à agência Lusa.

Várias explosões nos depósitos de armamento de um quartel na cidade portuária de Bata, na parte continental da Guiné Equatorial, destruíram quase totalmente as casas e edifícios num raio de cerca de mais de dois quilómetros. Os números oficiais provisórios apontam que 31 pessoas morreram nos hospitais e entre 500 e 600 terão ficado feridas, embora haja discrepâncias nos números, mesmo dentro do próprio Governo da Guiné Equatorial.

Na sequência das explosões, consideradas acidentais, o chefe de Estado, Teodoro Obiang, lançou um apelo à comunidade internacional para que ajude a Guiné Equatorial, numa altura em que o país vive uma crise sanitária devido à pandemia de Covid-19 e uma crise económica por causa da quebra dos preços do petróleo. Antiga colónia espanhola, a Guiné Equatorial aderiu à CPLP em 2014.

A ministra dos Negócios Estrangeiros espanhola, Arancha González Laya, disse através de uma mensagem publicada na sua conta do Twitter, que Espanha “procederá ao envio imediato de ajuda humanitária”.

O Presidente, Teodoro Obiang Nguema, que governa este país da África Central há quase 42 anos, acusou agricultores das redondezas de terem permitido a propagação para o quartel de queimadas mal controladas, considerando que os soldados que estavam a guardar o arsenal foram “negligentes”.

CPLP manifesta “apoio e solidariedade” à Guiné Equatorial após explosões

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da qual a Guiné Equatorial é Estado-membro, também manifestou apoio e solidariedade às autoridades do país, na sequência das explosões de domingo.

Numa carta dirigida ao ministro das Relações Exteriores e Cooperação da Guiné Equatorial, a que a Lusa teve acesso, o secretário-executivo da CPLP apresenta “as mais sentidas condolências” às famílias das vítimas das explosões, que ocorreram em depósitos de armamento, na cidade de Bata.

Neste momento difícil para o povo equato-guineense quero também expressar todo o nosso apoio e solidariedade às autoridades da Guiné Equatorial, perante esta catástrofe que atinge um dos nossos Estados-membros”, escreve o embaixador Francisco Ribeiro Telles, na mesma carta, dirigida a Simeón Oyono Esono Angue.