Poucos minutos antes de o Eurostat indicar que a inflação na zona euro subiu de 1,3% para 1,4%, a presidente do BCE, Christine Lagarde, avisou que não irá hesitar caso os mercados pressionem em alta os juros da dívida, como tem vindo a acontecer nos EUA nas últimas semanas e nesta terça-feira, em particular.

Em entrevista à Bloomberg TV, Christine Lagarde foi sucinta: “Os mercados podem tentar-nos quanto quiserem“, afirmou, acrescentando que o BCE tem “ferramentas excecionais que pode utilizar neste momento. E vamos usá-las na medida em que for necessário“.

A presidente do BCE tenta, assim, através das palavras, dissuadir os participantes do mercado de obrigações a promoverem um movimento de venda acentuada de títulos de dívida europeus, o que fari com que os juros implícitos subissem – é isso que está a acontecer nos EUA com os mercados a reagirem aos vários planos de investimento público e estímulo económico anunciados por Joe Biden, ao mesmo tempo que os sinais positivos na economia levam os investidores a admitir que a Reserva Federal dos EUA poderá diminuir os estímulos monetários mais rapidamente do que se esperava.

As taxas de juro de Portugal, no prazo de referência a 10 anos, continuam em níveis historicamente baixos mas já se afastaram dos mínimos – abaixo de 0% – que foram tocados no início deste ano.

Taxas de juro a 10 anos nos últimos 12 meses. Fonte: TradingEconomics

Na linha do que tem afirmado nas conferências de imprensa periódicas, Lagarde dá a entender que caso as taxas de juro da dívida europeia aumentem, o BCE simplesmente irá tirar partido da “flexibilidade” que existe no programa de compras de dívida que foi lançado em resposta à pandemia (e cujo “poder de fogo” já foi reforçado no final do ano passado).

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