Por mais que avancem e recuem planos de desconfinamento, não há (nem nunca houve) data para a reabertura dos bares e discotecas. Esses que há mais de um ano estão de portas fechadas à espera da luz ao fundo do túnel para voltarem a fazer mexer a noite. A verdade é que muitos locais, já cansados de esperar e ver o negócio passar-lhes diante dos olhos sem parar à sua porta, adaptaram-se como podiam e da única maneira que torna legal o seu funcionamento, através da mudança do CAE (Código de Atividade Económica) de bar para o de restaurante. Portanto, a solução é servir comida para fazer parelha com os cocktails.

“Na Europa somos dos poucos que não junta a comida aos cocktails, e isso tem muito a ver com a cultura de noite que temos cá”, começa por dizer Paulo Gomes, o bartender e dono dos bares Red Frog e Monkey Mash, em Lisboa. “Tem-se muito aquela ideia de que a noite tem de ser a partir da hora do jantar para a frente até de madrugada. Não tem mesmo de ser assim, podes começar mais cedo, depois do trabalho, ires para um bar beber cocktails e acabares por jantar lá”. Os bares que gere foram dois dos que tiveram de se adaptar aos novos tempos, passando agora a integrar um menu só com comida.

Além destes, houve ainda quem não baixasse os braços e levasse avante a ideia de abrir um bar, mesmo em plena pandemia. Uns são novos, outros estão renovados, o que é certo é que a capital ganhou novos espaços onde a arte da coquetelaria se une agora à gastronomia num casamento que parece vir a ser duradouro.

Monkey Mash

Praça da Alegria, 66B, Avenida. Segunda a domingo 15h30 às 22h30.

A comida a entrar por estas portas adentro já estava na equação há muito tempo, confissão feita por Paulo Gomes e Emanuel Minez, donos do espaço e também do icónico Red Frog. Durante o confinamento, os sócios aproveitaram para pôr em ordem o espaço do Monkey Mash, para reorganizá-lo, torná-lo mais aconchegante e, claro, implementando agora um menu com alguma comida. “Para estarmos de portas abertas tínhamos de servir comida, mas isso já era algo que queríamos fazer há algum tempo aqui no Monkey, só que não tínhamos tido tempo para parar e pensar. Vimos aqui uma oportunidade para finalmente criarmos uma carta com comida”, explica Emanuel. A sala tornou-se mais acolhedora, em vez de ser um espaço tão amplo como era originalmente, a parede do mural — pensada para ser mutável — que dantes era de AkaCorleone pertence agora a Filipe Carvalho, o artista responsável também por desenhar os menus e os aventais do bar.

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©Tiago Maya

“A oferta do Monkey é para quem procura coisas mais tropicais, é um público mais descontraído, a onda é muito chill e ao introduzirmos a comida não queremos que o ambiente mude, pelo contrário, aqui come-se à mão como o macaco”, refere Emanuel. “Aqui a ideia é poderes vir só ao cocktail, poderes petiscar alguma coisa e até mesmo jantar, por que não?”. O bar, que foi um dos dez finalistas no mundo na categoria de Melhor Abertura dos “Tales of The Cocktail Spirited Awards”, tem uma carta jeitosa com opções para petiscar ao final da tarde e até mesmo jantar.

Ao leme da cozinha está um antigo cozinheiro do já encerrado Pistola y Corazon focado em apresentar uma carta sobretudo mexicana, mas com alguns sabores asiáticos e do Médio Oriente. De entradas há hummus com vegetais (3,50 euros), guacamole e totopos (3,50 euros) e quesadilla com cogumelo ostra (3,50 euros), seguindo-se os tacos (3 euros) que variam entre o tinga de pollo, al pastor, de peixe e o calabacitas. É ainda possível pedir um combo (10 euros) de uma entrada e três tacos. Além destas opções, há ainda falafel (6 euros) e uma katsu sando de cachaço de porco preto panado (9 euros).

O novo mural é de Filipe Carvalho. O bar tornou-se mais acolhedor com a nova disposição ©Tiago Maya

A carta de cocktails também foi renovada, está mais fresca, frutada e com muitos ingredientes nacionais, e divide as opções em quatro categorias: tropical, com grande foco nos produtos dos Açores e Madeira; orgânico, com ingredientes da terra e dos pastos e montanhas; contemporâneo, que bebe das inspirações de produtos dos vários cantos do mundo; e ainda biodiversidade, com produtos do sul e das planícies. Destacam-se criações como whey…bananas (9 euros), com banana da madeira, alfarroba e aquafaba, também o purple sour (11 euros) com beterraba, cenura, limão preservado, mezcal e tequila dá nas vistas. Há ainda o macacada (10 euros) com manteiga de amendoim, miso, cachaça e café reciclado, ou o rice and honey (9 euros) com arroz carolino da Comporta, gin, mel floral e cera de abelha.

O ambiente tropical urbano mantém-se apesar da reorganização do espaço ©Tiago Maya

Paulo não esconde o orgulho com que fala da sustentabilidade, um dos pilares do espaço. “Apesar de ser impossível sermos 100% sustentáveis, tentamos sê-lo sempre que podemos e passa muito pela gestão do desperdício dos ingredientes que usamos”, conta. A água que sai durante a confeção do hummus é aproveitada para fazer aquafaba — que por sua vez é usada para criar espuma no cocktail em vez de clara de ovo e até suspiros. Também as cascas do ananás são reaproveitadas duas vezes para fazer açúcar e até mesmo a banana da madeira e a respetiva casca acaba por ser usada em polpa e sumo. “É uma descoberta constante daquilo que um ingrediente nos pode dar e as misturas que podemos fazer”, diz Paulo. “No fundo, no Monkey Mash, a ideia é pôr dentro de um cocktail aquilo que achávamos que só funcionava num prato”.

A carta renovada de cocktails está muito focada nos produtos portugueses, dividindo-se por regiões e origens dos ingredientes ©Tiago Maya

Red Frog

Praça da Alegria, 66B, Avenida. Terça a sábado 18h às 22h30. 215 831 120.

Foi preciso que o Monkey Mash mudasse e aparecesse de cara lavada para se poder falar do novo Red Frog. Sim, porque agora ambos os bares de Emanuel Minez e Paulo Gomes funcionam segundo uma lógica de boneca matryoshka — um dentro do outro. O Red Frog, que é até hoje o único bar português que já entrou na prestigiada lista do The Worlds 50 Best Bars e já era um ícone da cidade de Lisboa, saiu da Rua do Salitre e reabriu agora dentro de uma sala secreta no próprio Monkey Mash. Mas nada temam os visitantes regulares do bar da Avenida, que a mística mantém-se e o conceito de “speakeasy”, nome dado aos bares secretos que proliferavam pelas grandes cidades dos EUA no tempo da Lei Seca, continua firme e hirto. Se já foi ao Portugal dos Pequenitos talvez possa entender que este novo Red Frog é tal e qual — não, não é uma miniatura em que precisa de baixar a cabeça para entrar, mas é uma reprodução fiel em dimensões reduzidas do antigo bar do Salitre.

Em vez de sentar 70 pessoas como dantes, senta apenas 12 em tempos de pandemia — talvez 20 e picos em períodos sem restrições. Entrar ali é um exercício de teletransporte para o ambiente vivido no outro espaço: o icónico balcão mantém-se, os candeeiros, o móvel de madeira, os espelhos, os frisos das paredes, tudo transporta o cliente para o antigo Red Frog. “Acabamos por criar o bar mais exclusivo do país agora com menos lugares. Acho que isso nos permite seguir à risca o conceito de speakeasy e tornar a experiência do cliente muito melhor, porque o Red Frog é isso mesmo: uma experiência”, conta Emanuel. Os ambientes dos dois bares são absolutamente distintos, a única coisa que os une é a porta secreta que permite o acesso à sala onde fica o Red Frog, onde a coquetelaria ganha outra dimensão.

O cocktail Red Potion é um dos que foi reinventado para o novo menu (Re)Viver do Red Frog. ©Tiago Maya

O menu de cocktails acabou por levar uma volta que é uma autêntica viagem ao passado, um passado revisitado que dá atenção àqueles que foram os clássicos do bar, “agora reinterpretados e atualizados”, palavras de Paulo que comanda as tropas da coquetelaria. Voltam assim ao red potion (12 euros) com rum, gin e redução de tepache, o popcorn ‘n’ oil (12 euros) com rum, manteiga de azeitão, óleo de coco e licor Falernum, ou o surpreendente terracotta (12 euros) feito com tequila, citrinos, whisky Copper Dog e alho negro — que depois de um processo de fermentação e desidratação resulta num sabor a café intenso. No menu (Re)Viver existem ainda alguns clássicos revisitados, todos a 12 euros), como o martini, o pineapple daiquiri ou o ramos gin fizz. No Red Frog a comida veio por acréscimo, mas veio para ficar. A katsu sando com cachaço de porco preto e kimchi (12 euros) é obrigatória, mas há mais: tártaro da vazia açoreana, rábano fresco, queijo e pickle (12 euros), bolinhas de alheira de caça (6 euros), paiola de porco preto com pão artesanal (9 euros) e ainda tábuas de queijos de São Jorge (11 euros) e de Azeitão (7,50 euros).

©Tiago Maya

O bar está a funcionar com reservas através do site, sendo que existem vários turnos a partir das 18h até às 21h, com meia hora de diferença a cada entrada. Devido à capacidade reduzida do espaço, estipularam um máximo de ocupação de duas horas por reserva. A mística continua, até porque precisa de responder a uma pergunta, como se de uma password ou palavra-chave se tratasse, para depois poder entrar no bar.  O Red Frog tem ainda um postigo para que possam ser levantados pedidos de take-away de cocktails — as bebidas estão preparadas para serem transportadas — quer para as pessoas que estejam no bar e tenham de sair, quer para as encomendas. “Os bares não são todos iguais. É difícil definir o que é que é noite. Nós víamos restaurantes e serviços e restaurantes abertos, tudo até um bocado exagerado, mas nós já antes tínhamos tudo controlado porque eram lugares sentado, o Red Frog nunca foi nem é um bar para estar em euforia”, refere Paulo. “Mas pronto, os bares acabaram todos metidos no mesmo saco e tivemos de nos adaptar”.

O espaço foi reproduzido para parecer tal e qual o original na Rua do Salitre, apesar de mais pequeno ©DR

O Bar Mais Triste da Cidade

Calçada Ribeiro Santos, 25, Santos. Terça a domingo 18h às 22h30.

A vida nem sempre tem de ser uma alegria. Às vezes é uma tristeza e quando é assim mais vale celebrá-la de alguma forma, ou pelo menos foi nesse sentido que Camila Prado Fonseca, dona do espaço e proprietária do Flat que fica no mesmo edifício, quis que o seu novo bar se erguesse. O nome não engana e o néon amarelo à porta também não: este é mesmo O Bar Mais Triste da Cidade, uma tristeza na nomenclatura que contrasta com a decoração excêntrica e inconfundível deste novo espaço que abriu em Santos, onde a melancolia é o cimento que une todo o conceito. “Por vezes, os nossos momentos mais tristes também acabam por ser acompanhados por momentos de euforia, com álcool à mistura, e este bar nasceu com esse propósito: de ter um espaço triste na cidade, mas ao mesmo tempo onde todos se sentissem bem”, explica Raquel Azede, gerente do espaço. “É bom teres um sítio na cidade onde não vivas numa euforia máxima, é o que nós somos. A música é tendencialmente triste, mas é música boa, mais introspetiva”.

O néon amarelo dá nas vistas, assim como as obras assinadas pela Oficina Marques, logo à entrada ©DR

As paredes retalhadas com espelhos dourados ditam o ambiente na sala de entrada do bar, onde está também um piano que acaba por ser o elemento central de todas as noites. É que a ideia é ter um momento musical todos os dias ali entre as 20h e as 21h — também é possível que de vez em quando surja um acordeão no cenário composto por meia dúzia de mesas baixas e cadeiras. Mais resguardada é a sala que, inevitavelmente, mais furor faz no Instagram — há cortinas brilhantes a cobrir as paredes do chão ao teto e envolver toda a zona de bar.

O ambiente excêntrico que as fitas metalizadas conferem à sala de bar contrasta com a melancolia do conceito ©DR

É aqui, com alguns lugares ao balcão em bancos aveludados e uma poltrona mesmo ao lado, que a carga dramática aumenta de olhos postos na carta de bebidas. A verdade é que foi tudo pensado ao detalhe onde a estrela que mais brilha é o whisky. “É uma bebida muito particular, que acaba por colocar as pessoas assim num mood muito melancólico também. Queríamos que o menu combinasse com o espaço, só assim fazia sentido”, conta Raquel. Os whiskies estão divididos na carta por categorias, são elas: bourbons, speyside, japoneses, islay, highlands, irlandeses e um português. Os preços variam entre os 10 e os 27 euros. No menu há ainda alguns vinhos e cervejas e outros tantos cocktails como margarita com poejo (8 euros), gin (14 euros) ou rum (13 euros).

Num espaço que não foi pensado para ter comida — apesar de as regras assim o obrigarem —, O Bar Mais Triste da Cidade encontrou nas ostras o par perfeito para o menu de bebidas. Estes moluscos do Sado são obra da Oyster Point, um novo negócio com pop ups de ostras, que traz uma carta breve ao novo bar. Vêm em doses de três (6 euros), seis (12 euros) ou doze (20 euros), acompanhadas com molhos de limão, tabasco ou mignonette. Além disso, está disponível ainda um crab roll (13 euros) com pedaços de caranguejo fresco, maionese caseira, manteiga e brioche torrado. De facto, tristezas não pagam dívidas, mas dão carta verde para poder entrar nesta morada.

As ostras complementam a oferta de cocktails do bar, que chegam ali pelas mãos de Maria, responsável pelo pop up Oyster Point ©DR

Lulu, Um Pub Bonito

Calçada Ribeiro Santos, 31, Santos. Terça a domingo 18h às 22h30. Reservas: 916 818 955.

Lulu é um pub bonito, disso não há dúvidas. Mas é também fruto de uma inspiração marcante em Mary Louise Brooks, a atriz, modelo, call girl e diva do cinema, que partilha com o bar o nome da personagem que mais marcou a sua carreira: Lulu. É um estranho caso de partilha em que o bar acaba por beber da multiplicidade identitária daquela que era e do que representou Lulu, a mulher que o inspira. Os janelões para a rua deixam a descoberto o que o espera lá dentro: um bar, que é na verdade um gastropub, com um ambiente descontraído que marca a passagem dos finais de tarde para uma saída à noite com as mudanças de luz e, claro, com o volume da música. É verdade, Camila Prado Fonseca, já referida como dona do Flat e também d’O Bar Mais Triste da Cidade, voltou a fazer das suas e no mesmo edifício acabou por criar três conceitos completamente diferentes. Aqui, os apontamentos de art déco são óbvios — obra do arquiteto Duarte Caldas — e a atenção fica presa nos detalhes: no padrão geométrico do chão, nos candeeiros ou nos néons que criam vários pontos de luz ao longo do espaço. Há muito rosa a colorir o Lulu, a que gostam de chamar de “quarentine pink”.

A sala maior que se vê dos janelões é a que serve para refeições, além das mesas de esplanada que o Lulu também dispõe ©DR

Num dos recantos, junto à mesa de mistura do DJ, a luz muda e o cenário também, ainda que ligeiramente, mantendo um sofá ao comprido e mesinhas mais baixas — é a chamada pista de dança dos tempos modernos (ou dos tempos em que tem de dançar sentado). Mas bem, vamos à carta que entre comes e bebes ainda é longa. Os cocktails de assinatura são quem mais brilha dentro do bar, com nomes de mulheres marcantes, é o caso do Lulu com gin de framboesa e licor violeta (7 euros), o Only Brooks com pisco, flor de sabugueiro e rosmaninho (8 euros), o Lena D´Água com medronho, mel e manjericão (8 euros) ou o Jane Fonda com rum picante, licor de figo e café (9 euros).

Esta sala é mais descontraída, junto à cabine de DJ, e funciona como uma pista de dança sentada ©DR

Para quem não arrisca continuam de pedra e cal no menu os vinhos do Douro e Minho, cervejas, vários gins, vodkas, cognacs e runs. Para petiscar e acompanhar o cocktail há várias opções que vão desde a mandioca frita (4 euros), croquetes de polvo ou borrego (7 euros, três unidades), bolinhos de arroz com queijo (7 euros). Destacam-se da carta os scotch eggs de alheira com emulsão de marmelada (8 euros), o duck waffle com ovo de codorniz e xarope de mel (14 euros), tempura de bacalhau (12 euros) ou espetadas de rosbife (8 euros). Para adoçar o bico uma tarte de lima (4 euros) ou um crème brûlée (5 euros). O Lulu recebe todas as quintas, sextas e sábados os DJs residentes para ajudarem a digerir a refeição, mas cada um no seu lugar, claro.

A carta de cocktails de assinatura é apelativa, quase todos com nomes de mulheres fortes ©Uwe B. Schlund

Beets

Rua de Oliveira ao Carmo, 9, Lisboa. Segunda a sábado 12h às 22h30.

A cultura noturna do hip hop não morreu e ainda bem — o novo Beets é prova disso. Fica perto do Quartel do Carmo e resulta da união de dois espaços lisboetas: o mítico bar O 36, no Bairro Alto, e o restaurante vegano Vegan Junkies. Querem ser “o ponto de encontro da cultura urbana, uns bons copos e as criações da nossa cozinha”, e quando falam da “nossa cozinha” referem-se à Plant Base, uma cozinha comunitária vegana onde a equipa do Vegan Junkies “toca os tachos” para mandar para a mesa hambúrgueres, pizzas e tacos. Enquanto a cozinha se agita de volta dos comes, a família de DJs d’o36 tratam de manter a sala bem sonorizada com uma boa playlist e outra lista de cervejas artesanais e cocktails. Escusado será dizer que o hip hop vai ser o rei da pista e haverá muitas noites temáticas, anunciadas na página de Instagram do bar, como é o caso das noites de sábado com a rubrica Gig das 6, que toma conta dos decks do Beets. Entrar no bar é também poder apreciar o grande mural de arte urbana assinado por AkaCorleone, para compor ainda mais o cenário.

Uma das paredes do bar tem uma intervenção artística de AkaCorleone, sendo que têm uma parede “livre” para receber trabalhos de artistas mais ligados à arte urbana.©João Silva

Salla

Palácio Chiado. Rua do Alecrim, 70, Lisboa. 21 010 11 84. Segunda a domingo 12h30 às 22h30.

O Palácio Chiado está de cara lavada, e as boas-vindas são dadas logo no piso 0 onde vive agora o novo bar: o Salla, cujo neón vermelho na parede do balcão não deixa mentir. As cortinas altas à entrada desvendam o ambiente onde os traços clássicos de um palacete se unem a uma decoração mais arrojada, com cadeirões vermelhos e aveludados. A carta de cocktails divide o protagonismo com a carta de petiscos, também novidade no bar. Saltam à vista, no campo dos salgados, as ostras ao natural (seis unidades 15,50 euros), taquitos de lagosta (17 euros), tábua de queijos e enchidos (13 euros), sliders de cabrito assado (12 euros) e de lagosta (16 euros). Já para adoçar os finais de tarde pode pedir tarte merengada (7 euros), cheesecake com goiaba e amêndoa (8,50 euros) ou um parfait de chocolate, pistácios e caramelo (8 euros).

A carta de cocktails é mais fresca e é acompanhada pela carta de petisco que pode pedir no bar ©Luis Ferraz

O menu de cocktails é extenso e além dos clássicos negroni (9 euros), moscow mule (9 euros) ou aperol spritz (8,50 euros), há outros tantos cocktails de assinatura onde vale a pena passar os olhos: o Narcos, com tequila Jose Cuervo (10 euros), o Pulp Fiction, com pisco, licor Passoa e sumo de toranja (11,50 euros) ou o Green Lantern, com gin, licor de St. Germain, xarope de maçã e clara de ovo (11,50 euros). Há ainda mocktails, uma carta só de cervejas e outra de gins e whisky. Para bater o pé, sentadinho no seu lugar, os DJs residentes DJS — Luísa, BillOnair e Leote — e outros convidados vão dar música às quintas, a partir das 19h, e às sextas e sábados a partir das 19h30. O andar superior alberga o restaurante, cuja Sala de Baile aparece agora renovada pela arquiteta Inês Moura, que tem também um novo menu, assinado pelo chef Manuel Bóia, e que presta um tributo à cozinha do mundo e também à portuguesa com pratos de peixe e marisco a ganharem força.

O novo bar fica logo à entrada do Palácio Chiado, ainda antes da grande escadaria. Haverá DJs residentes em alguns dias ©DR

Ganda

JNcQUOI Asia. Avenida da Liberdade, 144. Segunda a sexta 12h às 22h30, e sábados 10h às 13h.

A reabertura dos restaurantes pós-confinamento veio com novidades no caso do  JNcQUOI Asia, que além de ter aberto, dentro do espaço, uma nova loja Fashion Clinic, inaugurou também um novo bar, o Ganda. Absorve a mesma decoração oriental já conhecida do restaurante, com muitos dourados e motivos orientais floridos e com a ave japonesa tsuru, símbolo da longevidade — tudo isto contrasta com a bola de espelhos que pende do tecto do bar. O ambiente está criado, tudo com assinatura do arquiteto Lázaro Rosa-Violán. No Ganda é possível pedir toda a carta do JNcQUOI Asia, a qualquer hora do dia, bem como o menu de cocktails de inspiração asiática assinado por André Melhor. Vale a pena ir por caminhos mais cítricos com o Oriental Martini (13 euros), com gin, cardamomo, cointreau, porto seco, lichia e limão, ou mais fresco com o Chang Thai (12 euros), com vodka de coco com lima kaffir e citronela, xarope de galanga e malagueta, sumo de ananás e chili flakes. Ou provar  ainda o Ceremony (13 euros), com vodka, shochu, midori, matcha e soda de genmaicha. Para o cocktail não cair em estômago vazio, a carta de comida do restaurante, do chef Mário Esteves, abre a nova temporada com novidades como o bao de caranguejo de casca mole com molho kimchi (19 euros), tártato de atum (25 euros), caril massaman de vaca e batata doce (29 euros) ou garoupa ao vapor com molho de soja e gengibre (33 euros). Mas é melhor tomar nota da melhor parte: há happy hour todos os dias entre a 16h e as 18h, o que significa que todos os cocktails da carta ficam por 7 euros.

O novo espaço veio reforçar a estratégia do restaurante pós-confinamento e até traz consigo uma happy hour de cocktails ©DR