O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) acusou esta terça-feira a TAP de utilizar um algoritmo “cego” que despede “no mesmo dia marido e mulher”, no âmbito do despedimento coletivo que a companhia aérea iniciou segunda-feira.

“A cegueira do algoritmo é tanta que esta gestão sem qualquer sentido social coloca no desemprego no mesmo dia marido e mulher”, denunciou esta terça-feira o SNPVAC, em comunicado, referindo-se ao algoritmo utilizado para a seleção dos trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo que a companhia está a levar a cabo, no âmbito do processo de reestruturação. O despedimento coletivo iniciou-se na segunda-feira e abrange 124 trabalhadores do grupo, dos quais 28 são tripulantes de cabine.

O SNPVAC classificou o processo como o “momento laboral mais difícil dos 76 anos de história da TAP” e lamentou que não tenham dado fruto a “série de diligências” levadas a cabo junto da empresa, do Governo, dos grupos parlamentares e da própria União Europeia, “com o objetivo de demonstrar as incongruências de um processo muito pouco claro”, visto pela direção do sindicato como “ilegal, imoral e plenamente evitável”. Os representantes dos tripulantes de cabine lembraram ainda que todas as alternativas que apresentaram tiveram como resposta um “mecânico ‘não'”.

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“A nova gestão da TAP tornou-se também ela refém de um ‘Velho Algoritmo’ que a todos prejudica”, reiterou o sindicato, lamentando “veementemente” a decisão tomada pela companhia aérea e pelo Governo. O processo de despedimento coletivo de 124 colaboradores iniciado pela TAP abrange 35 pilotos, 28 tripulantes de cabina, 38 trabalhadores da manutenção e engenharia e 23 funcionários da sede, segundo uma mensagem enviada pela administração aos trabalhadores.

Na mensagem interna enviada em 8 de julho, a que a agência Lusa teve acesso, a presidente executiva (CEO) da TAP, Christine Ourmières-Widener, destaca que este número fica abaixo do inicialmente previsto e exigido pelo plano de reestruturação da companhia, que ascendia a 2.000 trabalhadores, tendo essa redução sido conseguida através da adesão a medidas voluntárias, como acordos temporários de emergência com os sindicatos, rescisões por mútuo acordo e integrações na Portugália.

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