O consumo real “per capita” das famílias caiu 1,6% no primeiro trimestre na zona euro, quando o rendimento real dos agregados familiares subiu 0,4% e o rendimento bruto cresceu 1,6%, anunciou esta quarta-feira o Eurostat.

Dados esta quarta-feira divulgados pelo serviço estatístico comunitário, o Eurostat, revelam que, no primeiro trimestre de 2021, o consumo real “per capita” das famílias baixou 1,6% na zona euro, após ter diminuído 2,6% no trimestre anterior.

Por seu lado, o rendimento real “per capita” das famílias aumentou no primeiro trimestre de 2021 em 0,4%, após uma redução de 0,8% no quarto trimestre de 2020. No conjunto da União Europeia (UE), o consumo real “per capita” das famílias diminuiu 1,5% no primeiro trimestre de 2021, após um decréscimo de 2,2% no trimestre anterior. Ao mesmo tempo, o rendimento real “per capita” das famílias aumentou 1,1% no primeiro trimestre de 2021 na UE, após um decréscimo de 0,3% no quarto trimestre de 2020.

No que toca ao disponível bruto das famílias (ajustado sazonalmente), aumentou 1,6% na zona euro e 2,3% na UE entre janeiro e março deste ano, com o Eurostat a justificar que, “em ambos os casos, o maior contribuinte positivo foi o dos impostos correntes e das contribuições sociais líquidas”. “Os benefícios sociais, a remuneração dos empregados e o excedente bruto de exploração e o rendimento misto bruto também contribuíram positivamente”, acrescenta. Portugal seguiu esta tendência europeia, com o consumo dos agregados familiares a cair 3,6% nos primeiros três meses do ano.

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Já o rendimento disponível bruto das famílias em Portugal fugiu à tendência comunitária, a cair 0,7% no primeiro trimestre de 2021. Também esta quarta-feira confirmados pelo gabinete estatístico comunitário foram os dados relativos à taxa de poupança das famílias, que aumentou 2,1 pontos percentuais (pp) na zona euro para 21,5% e subiu 2,5 pp na UE para 21%. “A taxa de poupança aumentou quando o rendimento bruto disponível aumentou a um ritmo mais rápido do que a despesa de consumo individual”, assinala o Eurostat.

O gabinete estatístico precisa que a taxa de poupança das famílias aumentou em nove dos Estados-membros para os quais existem dados disponíveis relativos ao primeiro trimestre, sendo que os maiores aumentos foram observados na Dinamarca (+9,6 pp) e na Holanda (+6,4 pp). Já as maiores diminuições foram observadas na Áustria (-6,9 pp) e na Polónia (-3,9 pp). Ainda nos primeiros três meses do ano, a taxa de investimento das famílias manteve-se estável, como confirmado esta quarta-feira pelo Eurostat, subindo ligeiramente em 0,1 pontos percentuais na zona euro para 9,2% e permanecendo estável na UE para 8,9%.

Entre os Estados-membros para os quais existem dados disponíveis, oito Estados-membros registaram um aumento da taxa de investimento das famílias, verificando-se os valores mais elevados na Áustria (+1,4 pp) e na Polónia (+1,1 pp). A taxa de investimento das famílias permaneceu estável em três Estados-membros e diminuiu noutros quatro, com as maiores reduções a serem observadas na Hungria (-3,6 pp) e na Irlanda (-1,1 pp). Portugal registou subidas de 2,5 pp na taxa de poupança e de 0,3 pp na taxa de investimento entre janeiro e março de 2021, ainda de acordo com o Eurostat.