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A aparição de André Ventura no Porto: da demonstração de força ao candidato que ficou na sombra

Este artigo tem mais de 2 anos

Ventura esteve no Porto para dar uma ajuda à campanha de António Fonseca para a câmara e por acreditar que vai conseguir um bom resultado num local que lhe deu os piores números das Presidenciais.

André Ventura foi quase uma aparição no Porto. Chegou, participou na arruada da Rua Santa Catarina por escassos 20 minutos, entrou no carro e seguiu. E foi o suficiente para provar que aquele que é considerado um partido de um homem só está longe de se descolar dessa definição. Houve gritos de apoio, um nome a ecoar, música, bombos e um ambiente de festa (com muita confusão à mistura) incomparável com aquele que se tem vivido na campanha do Chega até ao dia de hoje. Passou do oito ao oitenta.

António Fonseca, o candidato à Câmara Municipal do Porto e até agora presidente da junta do Centro Histórico pelo movimento de Rui Moreira, seguia ao lado de André Ventura, mas a energia com que se apresenta todos os dias foi sugada pelo líder do partido que agora representa, o Chega. Mas é independente e faz questão de o lembrar sempre que surge a mínima crítica. Não foi o caso de hoje. Mas voltemos à rua de Santa Catarina.

O início da arruada estava marcado para as 17h00 no cruzamento entre a icónica rua portuense e a rua de Fernandes Tomás, junto à entrada do metro do Mercado do Bolhão. A essa hora já se perdia a conta às pessoas que ali estavam. Entre turistas curiosos (“O que se passa aqui?”) e cidadãos surpreendidos com o ajuntamento de pessoas (“No Chega não há Covid”), eram as frases proferidas ao megafone — contra a “esquerdalha” e quem “governou Portugal nos últimos 40 anos” — que situavam quem por ali passava.

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Porto, Esposende, Gondomar, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia. As letras nas bandeiras e camisolas faziam notar que a mobilização ia muito além da capital de distrito. Os minutos passavam e nem mesmo o atraso do líder do partido fazia ninguém arredar pé. Quarenta minutos depois, a chegada de André Ventura. Apoteótica. Até o próprio líder do partido parecia surpreendido.

André Ventura tinha um propósito bem definido para não falhar a presença no Porto: foi neste distrito que obteve os piores resultados nas eleições Presidenciais e quer reverter esse cenário. Por isso mesmo, apesar de a chuva lhe ter trocado os planos na terça-feira, fez questão de alterar a agenda para marcar presença no Porto. Ainda por cima num sábado.

“O Chega nasceu de uma implementação nacional muito forte e de uma atividade parlamentar muito forte e é natural que numas primeiras eleições autárquicas seja em torno do seu presidente que se centra a sua atividade”, admite quando confrontado com a realidade oposta que existe com e sem a presença do líder do partido. É exatamente por isso que Ventura decidiu “ir a todos os distritos do país”.

Ainda que consciente da dificuldade, o líder do partido aponta para cima: “Ganhar o Porto será o primeiro passo para chegar ao Governo.”

Numa das principais ruas do Porto, vinte minutos e poucos metros foram suficientes para criar impacto no maior ajuntamento da campanha do Chega no Porto até ao dia de hoje. E tendo em conta que durante quase 15 minutos André Ventura esteve a responder às perguntas dos jornalistas, o contacto com a população foi praticamente nulo. Ventura ainda tirou uma ou duas fotos antes de entrar no carro, mas a confusão, os empurrões e a segurança apertada não permitiam que ninguém chegasse ao líder do partido.

O tumulto que se viveu naqueles minutos intensos são o contraste total com a campanha que António Fonseca tem feito nas ruas da cidade. O candidato à Câmara Municipal do Porto anda acompanhado por uma comitiva pequena. Às vezes são quatro pessoas, chegam a ser oito ou dez, mas não mais do que isso. É uma equipa curta que tem palmilhado vários quilómetros das ruas do Porto para dar a conhecer um projeto e um candidato que nem todos conhecem.

Ao contrário da zona do Centro Histórico, onde foi eleito duas vezes presidente de junta e onde a grande maioria das pessoas o conhece, Fonseca não é propriamente famoso nas outras zonas da cidade. Passa despercebido. Sempre de camisa e calças justas, normalmente de ganga, tem um passo acelerado, entra em lojas, trava as pessoas, dá panfletos. “Vamos trabalhar”, diz constantemente ao longo dos percursos, onde aproveita a presença da comunicação social para apontar os dedos à câmara pelos mais variados assuntos.

Pelo caminho, confrontado por diversas vezes devido ao Chega e enquanto alguns dos colegas de comitiva insistem na defesa dos ideais do partido, António Fonseca usa o escudo: “Sou independente. São as minhas ideias e propostas para a câmara. Nunca fui filiado em nenhum partido.” Aliás, o candidato usa várias vezes o argumento de que já esteve no PSD e no movimento de Rui Moreira para demonstrar que “é sempre o mesmo”, com as “mesmas ideias” e com as “pessoas como prioridade”.

Na arruada seguiu ao lado de Ventura, desta vez com fato e gravata e mais orgulhoso do símbolo que hoje tem ao peito — um autocolante com um coração onde se pode ler Chega — e que nos outros dias não usou. Mas enquanto Ventura esteve a falar com os jornalistas, António Fonseca colou-lhe um desses autocolantes.

Apesar da independência, António Fonseca escolheu ser candidato pelo Chega, veste as cores do partido, Ventura diz que é um “excelente candidato” e, no final, o abraço entre ambos mostra que o candidato está agradado com a escolha que fez.

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