A Edições 70 vai publicar, pela primeira vez em Portugal, a obra teatral completa de Samuel Beckett. O volume, que sai perto do final do mês, inclui todas as peças de teatro do escritor irlandês, incluindo as que foram escritas para rádio e televisão, e um argumento para filme. Entre os tradutores responsáveis pelo livro contam-se Miguel Esteves Cardoso, Luís Miguel Sintra, Jorge Silva Melo e Margarida Vale de Gato. Ainda por esta editora irá sair o primeiro volume das tragédias de Séneca, nome maior da cultura latina, com tradução de Ricardo Duarte, investigador do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa. O segundo volume deverá sair em 2022.

Thea Von Harbou foi responsável pelo argumento de muitos filmes, hoje míticos, do movimento expressionista alemão. Colaboradora de longa data do realizador Fritz Lang, trabalhou com ele na história de “Metrópolis”, baseado num romance da sua autoria publicado em 1925, dois anos antes da estreia da adaptação cinematográfica. O filme é considerado o primeiro dentro do género da ficção científica e o livro, embora menos conhecido, não é menos importante. Este mês de outubro, será editado pela primeira vez em Portugal, pela Livros B.

Os Gestos, o novo livro de Djaimilia Pereira de Almeida, reúne textos que têm como tema central as mãos. O livro, que antecede a publicação de um novo romance ainda este ano, vai sair este mês pela Relógio d’Água. Por esta editora vão também ser editados o aclamado novo romance de Sally Rooney, Mundo Belo, Onde Estás; uma nova coleção de poemas de Emily Dickinson, Herbário e Antologia de Poemas Botânicos, com tradução de Ana Luísa Amaral, especialista na obra da autora; e Diário de Um Homem Supérfluo, de Ivan Turgueniev, traduzido por António Pescada.

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A Porto Editora vai publicar Cântico Negro, uma antologia de poemas de José Régio selecionados e organizados por Luís Adriano Carlos e Valter Hugo Mãe. Pela Assírio & Alvim vão sair o novo livro de poesia de Ana Luísa Amaral, Mundo, e uma edição revista da coleção de poemas de António Franco Alexandre. Da responsabilidade de Luís Manuel Gaspar, que trabalhou em diálogo com o autor, o volume inclui um novo conjunto de textos, “Carrossel”, escritos durante o confinamento.

Memórias Aparições Arritmias é o primeiro livro de poesia de Yara Nakahanda, autora de Essa Dama Bate Bué!, romance de 2018 que aborda questões de identidade, pós-memória, género, colonialismo e diáspora. Memórias Aparições Arritmias, que toca em alguns dos temas do romance de estreia de Nakahanda, vai ser publicado este mês, pela Companhia das Letras. A Caminho vai editar o terceiro volume da “Trilogia do Mindelo” de Germano Almeida. A Confissão e a Culpa narra do ponto de vista da personagem condenada no livro anterior pelo assassinato do famoso escritor Miguel Lopes Macieira as circunstâncias do crime.

Nomeado para o International Booker Prize de 2021 (integrou a longlist), Inventário de Algumas Perdas, da alemã Judith Schalansky, parte de 12 objetos “perdidos” para “traçar um mapa que atravessa a memória do mundo”. Pelo meio, recordam-se escritores como W.G. Sebald, Christa Wolf, Joan Didion ou Rebecca Solnit. Um regresso ao universo de Atlas of Remote Islands, obra anterior da autora, Inventário de Algumas Perdas é um livro que desafia conceções e géneros para explorar a noção de perda, sentimento que percorre toda a obra da escritora alemã. Vai ser editado pela Elsinore.

O Sonho da China, de Ma Jian, que vai sair pela Quetzal, é uma distopia sobre o país natal do autor, a China. “O Sonho da China nasceu da minha raiva contra as falsas utopias que escravizaram e infantilizaram a China a partir de 1949”, explicou o escritor, citado pela editora. O romance conta a história de dois homens educados na mesma memória coletiva, mas com vidas diferentes: um é o líder do país e o outro vive exilado e os seus livros estão proibidos na China. A Temas de Debates vai lançar o novo romance da brasileira Nélida Piñon, Um Dia Chegarei a Sagres, uma homenagem a Portugal; e a Casa das Letras Primeira Pessoa do Singular, uma coleção de oito contos de Haruki Murakami.

A Tinta-da-China vai publicar Suíte Tóquio, de Giovana Madalosso, uma das mais importantes vozes femininas da literatura brasileira contemporânea. A autora vai estar em Lisboa no dia 20 de outubro, para a apresentação do romance, e no Folio – Festival Literário de Óbidos, no dia 23, onde estará à conversa com a também escritora Tatiana Salem Levy, que publicou recentemente um novo livro, Vista Chinesa. Pela Dom Quixote vão sair este mês Encruzilhadas, de Jonathan Frazen, e Silverview, de John le Carré. Os livros vão ser lançados nos dias 19 e 12 de outubro, respetivamente, em simultâneo com as edições inglesa e norte-americana.

O Erotismo, a obra de maior fôlego do filósofo francês Georges Bataille, vai sair pela Edições 70, que vai também publicar Elogio dos Intelectuais, de Bernard-Henri Lévy, e A América Latina na Era do Fascismo, de António Costa Pinto, que olha para as repercussões dos regimes fascistas europeus na política dos países latino-americanos. A Presença vai lançar A Torre Maldita, sobre a queda da cidade de Acre em 1291, do historiador britânico Roger Crowley. Já a ASA vai publicar o novo livro de Paul Auster, Um Homem Em Chamas. A Vida e Obra de SptephenCrane, uma biografia do escritor norte-americano Stephen Crane.

A BookBuilders vai lançar Escritos Políticos e Psiquiátricos, do psiquiatra e filósofo político Frantz Fanon, natural das Antilhas francesas. O volume, com introdução, tradução e notas de Manuela Sanches Ribeiro, reúne textos sobre a questão racial, tema que Fanon, considerado o pai dos estudos pós-coloniais, cruza com a perspetiva psiquiátrica. Pela mesma editora vai ainda sair Energia e Civilização, Uma História, do cientista checo-canadiano Vaclav Mil. Metrópoles: A história da cidade, a maior invenção da civilização, de Ben Wilson, licenciado em História pela Universidade de Cambridge e consultor de programas de televisão e colaborador de inúmeras publicações internacionais, vai ser editado pela Desassossego.

A Tinta-da-China vai lançar Roma, Temos Um Problema, a história de dois mil anos de abusos sexuais na Igreja Católica, do jornalista do Observador João Francisco Gomes; História do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (1914-1947), de C. Rosa Costa; O Estado do Racismo em Portugal, livro organizado por Silvia Rodriguez Maeso que olha para manifestações de racismo nas instituições portuguesas e reflete sobre formas de as erradicar; e ainda As Que Não Morrem, as memórias de Anne Boyer sobre a luta contra o cancro. O livro ganhou Prémio Pulitzer de Não-Ficção em 2020.

A Idade Média: A Verdadeira Idade das Luzes, de Seb Falk, vai sair pela Bertrand perto do final do mês, numa altura em que a editora vai dar também à estampa o livro Israel: Um Guia Sobre o Conflito Israelo-Palestiniano para os Curiosos, os Confusos e os Indecisos, de Daniel Sokatch. Pela Objectiva vão sair Criatividade, do humorista inglês Jonh Cleese, e Steve Jobs, uma biografia de Walter Isaacson. A ASA vai publicar a segunda parte da biografia de Benito Mussolini de Antonio Scurati. A Companhia das Letras em Portugal vai lançar O ar que me falta, a autobiografia de Luiz Schwarcz, fundador da editora brasileira Companhia das Letras.