Faltam indústrias e serviços de alta tecnologia em Portugal para conseguir absorver as pessoas com formação académica superior, concluiu um estudo do Iscte — Instituto Universitário de Lisboa. Para agravar, a austeridade limitou as contratações no setor público que ainda ia recrutando alguns destes trabalhadores qualificados, conforme noticia o Público.

A qualificação dos jovens adultos, entre os 25 e os 34 anos, aumentou entre 2000 e 2020: a percentagem de pessoas, nestas idades, com ensino superior passou de 12,8% para 39,6% em 2020. Mas, em 2016, Portugal tinha cerca de um quarto dos trabalhadores (23,6%) com mais qualificações do que aquelas necessárias ao trabalho que desempenhavam. Portugal e Grécia (com 23,7%) representavam os dois piores exemplos a nível europeu.

Paulo Marques, um dos autores do estudo, lembra que não basta aumentar as qualificações, é preciso que depois que as pessoas formadas encontrem lugares no mercado de trabalho que correspondam ao seu nível de formação. O investigador sugere uma melhor transição entre a formação e o mercado de trabalho, apoios à integração de mão de obra qualificada ou a definição e desenvolvimento dos setores estratégicos para integrar estes profissionais.

As conclusões do trabalho serão apresentadas, esta segunda-feira, durante o lançamento do Observatório do Emprego Jovem, do qual Paulo Marques é diretor. Durante a sessão, será ainda divulgado um relatório sobre o emprego jovem que concluiu que os níveis de precariedade e as diferenças salariais dos jovens são muito grandes em relação à população em geral.

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