Vários cumprimentos, a habitual roda, muita festa enquanto os adeptos do FC Porto, no setor mais alto da bancada onde ficaram concentrados, batiam palmas e cantavam o hino dos dragões. Apesar de ter sabido a pouco pela grande exibição dos azuis e brancos frente ao AC Milan, o empate em San Siro não só comprovou a tendência para bons resultados de Sérgio Conceição com a equipas italianas como veio ainda mostrar a boa reação dos portistas ao acidente de percurso diante do Liverpool. Não se podendo falar em objetivo cumprido na totalidade, havia a sensação de dever cumprido pecando na finalização.

O filósofo Grujic aprendeu a jogar à Pedroto e só lhe faltou ganhar (a crónica do AC Milan-FC Porto)

Se é verdade que o FC Porto só chegou uma vez com cinco pontos ao final da quarta jornada da fase de grupos e acabou por ser eliminado (1995/96), sobraram outros dados positivos da partida, a começar pelo facto de ter sido o terceiro encontro frente aos rossoneri com vitórias e empates em San Siro, algo que mais nenhuma equipa portuguesa conseguiu. Luis Díaz somou o nono golo da temporada, segundo na Liga dos Campeões e contra o AC Milan, mas o mesmo foi insuficiente perante o primeiro autogolo de Mbemba desde que chegou aos azuis e brancos, segundo na Champions depois do que fizera pelo Anderlecht.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Foi esse momento que adiou um dia histórico também para Sérgio Conceição, que se poderia ter tornado o treinador do FC Porto com mais vitórias na Liga dos Campeões superando Jesualdo Ferreira (16), mas nem por isso beliscou os elogios à exibição da equipa que voltou a ser melhor do que o líder da Serie A.

“Fizemos um jogo à altura dos pergaminhos do FC Porto. Tínhamos a lição bem estudada, sabíamos que podiam alterar alguns jogadores em comparação com a equipa que defrontámos no Dragão mas no geral estivemos muitíssimo bem. Sabíamos quem tínhamos de bloquear desde trás, não deixámos que os dois médios pegassem no jogo. Sabíamos da qualidade que tinham nas alas, fomos ousados, marcámos o golo e ainda criámos mais duas ou três ocasiões”, referiu ao Porto Canal, explicando ainda o plano B sem Uribe “estava preparado”: “Hoje, durante o dia, tive a oportunidade de dizer ao Grujic que havia uma grande possibilidade de ser lançado. Sabia o que foi preparado para o jogo e fez parte da preparação. Tenho a consciência que tenho grandes médios e fez o seu trabalho de uma forma muito positiva”.

“Criámos ainda uma situação com o Evanilson, com uma bola ao ferro. Sofremos o autogolo mas nunca baixámos os braços. Infelizmente não ganhámos. Foi mais um excelente jogo nosso na Liga dos Campeões mas não estou satisfeito, não gosto de vitórias morais. Defrontámos uma grande equipa, que tem jogadores ao nível dos melhores do mundo. É de dar parabéns aos nossos. E por falar em grupo, a partir do momento em que entrarmos no avião pensar logo no Santa Clara, para depois pensarmos um pouco e pensarmos nas competições internas que são muito importantes para nós”, completou o técnico.

“Importante é o que fez a equipa no geral, um grande trabalho desde o início. Controlámos o jogo, tivemos muitas ocasiões. Se tivéssemos marcado essas ocasiões que tivemos, creio que o jogo teria sido muito diferente. Felicito os companheiros e a equipa técnica pela forma como preparámos o jogo, fizemos uma grande exibição. Golo? É um orgulho e uma felicidade poder ajudar mas o mais importante é o coletivo. Fizemos um grande jogo e isso é o que temos de valorizar agora”, comentara antes Luis Díaz, na zona de entrevistas rápidas da Eleven Sports, após ter sido eleito o Player of the Match pela UEFA.

“Estou feliz com o meu jogo, não é fácil quando não estás com o ritmo. Na segunda parte foi mais difícil a nível físico. Entrada no onze? Não havia a certeza de que o Uribe fosse jogar e preparámos as duas opções. Não sei o que pensar do jogo, podíamos ter ganho e marcado mais mas o Evanilson acertou no poste. Queríamos os três pontos mas foi um jogo complicado e talvez o 1-1 seja o resultado justo. Foi importante não ter perdido também, isso teria sido mau para nós. Faltam dois jogos e nada está decidido. Temos de lutar pelos seis pontos. A decisão sobre quem passa será com o Atl. Madrid”, disse Grujic.