O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, desloca-se na próxima semana a Estrasburgo, França, para participar numa cerimónia europeia de homenagem ao antigo Presidente francês Valéry Giscard d’Estaing, a decorrer no Parlamento Europeu a 2 de dezembro.

Um ano após a sua morte, a 2 de dezembro de 2020, várias personalidades europeias vão reunir-se em Estrasburgo para prestar tributo ao antigo chefe de Estado francês “pelo papel decisivo que desempenhou na construção da Europa”, entre as quais o atual Presidente francês, Emmanuel Macron, os líderes das três instituições europeias, Charles Michel (Conselho), Ursula Von der Leyen (Comissão) e David Sassoli (Parlamento), e o Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, entre outros.

Na cerimónia estarão também membros da família do antigo Presidente francês, incluindo a sua mulher, Anne-Aymone Giscard d’Estaing.

Por ocasião da morte de Valéry Giscard d’Estaing, há um ano, Marcelo Rebelo de Sousa recordou-o “com saudade e respeito” e como um “defensor da liberdade e da democracia”.

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Saudade pelo homem e o académico, que conheci desde os anos 80 e 90, nas lides partidárias europeias e com quem tive a honra de almoçar pela última vez na nossa embaixada em Paris ainda em novembro do ano passado, quando com ele participei numa sessão na Académie Française”, escreveu na ocasião o Presidente da República, numa nota enviada à Lusa.

Na mesma nota, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: “Respeito pelo homem político, defensor da liberdade e da democracia, desde os tempos da resistência à ocupação nazi, ministro e Presidente da República Francesa, amigo de Portugal e das comunidades portuguesas, europeísta convicto e eurodeputado”.

O chefe de Estado referiu que o antigo Presidente francês “escreveu uma constituição para a Europa”, que viria mais tarde dar forma ao Tratado de Lisboa.

Valéry Giscard d’Estaing, que foi o terceiro Presidente da V República francesa e ocupou o Eliseu entre 1974 e 1981, morreu a 2 de dezembro do ano passado, aos 94 anos, devido a complicações cardíacas num quadro clínico de Covid-19, após ter sido hospitalizado a meio de novembro.

Algumas das principais marcas do seu mandato foram o acesso ao voto a partir dos 18 anos, o direito à interrupção voluntária da gravidez e a possibilidade de divórcio por mútuo acordo. Apesar de se ter recandidatado, foi derrotado em 1981 por François Mitterrand.

Giscard d’Estaing foi também ministro das Finanças quando Georges Pompidou era primeiro-ministro, entre 1962 e 1966. Voltou ao Governo com as mesmas funções quando Pompidou já era Presidente, entre 1969 e 1974.

Após a sua passagem pelo Eliseu, foi deputado europeu e dedicou-se à escrita, tornando-se membro da Academia Francesa.