O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) enviou esta sexta-feira um ofício para os gabinetes do primeiro-ministro, da ministra da Saúde e do secretário de Estado da Saúde a exigir a substituição “integral” e “imediata” do Conselho Diretivo do INEM, liderado por Luís Meira.

Em causa está o caso da falta de testagem regular à infeção por SARS-CoV-2 por funcionários do INEM, que contraria a norma da Direção-Geral da Saúde em vigor e que foi revelada na passada quinta-feira pelo presidente do sindicato à Rádio Observador. Segundo explicou Rui Lázaro na altura, os profissionais de saúde ao serviço do INEM, que segundo a legislação em vigor deveriam ser testados com uma regularidade nunca superior a 14 dias, não têm sido submetidos a esse tipo de controlo.

O presidente do STEPH, no ofício agora enviado a António Costa, Marta Temido e Lacerda Sales, lamenta o facto de o INEM não ter respondido às interpelações do sindicato sobre o assunto e acusa o Conselho Diretivo de “faltar à verdade” no comunicado entretanto enviado para as redações, a garantir que a instituição “realiza testagens frequentes, alargadas e dirigidas” aos seus funcionários.

INEM contraria DGS e não testa regularmente os funcionários, denuncia sindicato

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Ora acontece que se trata de uma informação absolutamente falsa, facilmente comprovada por qualquer profissional do INEM, IP. Aliás o INEM não cumpre sequer a norma 19/2020 da Direção Geral de Saúde que obriga à testagem dos profissionais de saúde que não tenham o plano de vacinação completo, num intervalo de 7 a 14 dias. Acrescenta-se ainda que o INEM depois de indicar aos seus profissionais que se deviam dirigir aos centros de vacinação para realização da 3ª dose de reforço da vacina SARS COV-2, não averiguou sequer, junto destes profissionais, se esta 3.ª dose foi mesmo feita, reforçando ainda o incumprimento da referida norma da Direção Geral de Saúde”, pode ler-se no ofício, a que o Observador teve acesso.

Rui Lázaro recorda ainda o caso da vacinação de funcionários não prioritários do INEM, em janeiro do ano passado, e acusa Luís Meira de, também nessa altura, ter prestado declarações “manifestamente FALSAS e desmascaradas no dia seguinte no próprio Ministério da Saúde”, para reforçar a exigência da sua substituição no cargo.

“O atual Conselho Diretivo do INEM NÃO TEM CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA SE MANTER EM FUNÇÕES, devendo ser promovida de forma imediata a SUBSTITUIÇÃO INTEGRAL DO MESMO.”

O sindicalista acusa ainda o Conselho Diretivo do INEM de deliberadamente tentar “ludibriar a tutela, os órgãos de comunicação social e a própria opinião pública”.