Oksana Homenyuk, viúva de Ihor Homenyuk, o homem que morreu em março de 2020 num centro do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), e os dois filhos, um rapaz de 10 anos e uma rapariga com 15,  fizeram um pedido de proteção temporária a Portugal. Como avançou o Público esta tarde, a família do ucraniano, que está em Lviv, cidade onde ainda não chegaram tropas russas, espera “que não seja necessário abandonar a sua terra natal”, mas teme que a situação se agrave.

Na noite desta quinta-feira, a CNN Portugal adiantou que o Governo português ofereceu ajuda à viúva do imigrante ucraniano assassinado e aos seus filhos. O Ministério da Administração Interna, através de um contacto a José Gaspar Schwalbach, advogado da família, ofereceu um salvo conduto para que possam viver em Portugal, com autorização de residência. Porém, para poderem aceitar este pedido de ajuda têm de sair da Ucrânia e ir para a Polónia.

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José Gaspar Schwalbach disse esta quinta-feira ao Público que o pedido foi feito no âmbito da resolução do Conselho de Ministros de 1 de março que estabelece a “concessão de proteção temporária a pessoas deslocadas da Ucrânia, em consequência dos recentes conflitos armados vividos naquele país”. De acordo com o jurista, Oksana Homenyuk diz que há situações “mais urgentes” do que o seu caso.

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Na semana passada, a Amnistia Internacional pediu ao ministério da Justiça que trouxesse esta família para Portugal tendo em conta a responsabilidade do SEF na morte de Ihor.

Em janeiro de 2021, esta família recebeu uma indemnização de cerca de 800 mil euros, como também avançou o Público. Em dezembro de 2020, os três agentes do SEF envolvidos na morte de Ihor foram condenados pelo Tribunal da Relação de Lisboa por ofensas à integridade física grave qualificada, tendo como pena aplicada nove anos de prisão.

*Notícia atualizada às 21h53 com informação avançada pela CNN Portugal sobre a oferta de ajuda feita à família.