Desde o início da guerra, há 13 dias, muitas cidades ucranianas têm sido fortemente bombardeadas pelo exército russo.

Estes bombardeamentos não são feitos de forma aleatória, fazendo sim parte de uma estratégia que teve origem no bombardeamento da cidade de Grozni, na Chechénia, uma tática que muitos temem que possa ser repetida na totalidade nas principais cidade da Ucrânia.

Mas que estratégia é esta que começou na capital da Chechénia em 1999?

As suas raízes remontam à experiência soviética no Afeganistão. O Mil Mi-24 soviético (helicóptero de ataque) era utilizado para localizar os insurgentes. Este teve êxito até à introdução do mísseis Stinger dos Estados Unidos da América, que eram utilizados para combater o reconhecimento armado dos Mil Mi-24″, explicou à BBC James Hess, professor da Universidade Militar Americana.

Desde então, a estratégia, esclareceu, passou a ser baseada não tanto na inteligência e mais orientada na força, com os bombardeamentos e ataques aéreos.

Consiste em fortes bombardeamentos que visam destruir tudo quanto seja possível, causar o maior dano ao alcance das bombas, para aterrorizar a população civil, e obrigá-la a fugir para, depois, atacar por terra as forças inimigas que permaneçam no terreno”, explicou à BBC Richard Weitz, diretor do Centro de Análises Político-Militar do Instituto Hudson, em Washington.

Na Chechénia, os opositores da Rússia utilizavam as áreas urbanas para procurar abrigo, mantimentos e oportunidades mais resguardas para realizar operações militares sem serem detetados pelas tropas inimigas. Foi por este motivo que, em 1999, Moscovo decidiu bombardear toda a cidade, o que permitiu depois a entrada de militares e veículos de guerra no terreno destruído pelas bombas.

A mesma estratégia, conhecida como “Doutrina Grozni”, foi depois aplicada na Síria. Bashar al-Assad, apoiado pelo Kremlin, lutava há quatro anos contra os seus opositores, que resistiam na cidade de Alepo. A cidade síria, contudo, aguentou apenas 12 dias aos bombardeamentos russos.

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