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O (pequeno) Aeroporto de Anchorage foi um ponto de passagem crucial durante a Guerra Fria. Agora a história pode repetir-se

Este artigo tem mais de 2 anos

Ponto estratégico durante a Guerra Fria, aeroporto já está a trabalhar caso receba pedidos de ajuda, em consequência do fecho do espaço aéreo da União Europeia à Rússia.

Aeroporto de Anchorage
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No início de março, passavam 115 aviões de grande dimensão (wide bodies) por dia no Aeroporto Internacional de Anchorage

Getty Images

No início de março, passavam 115 aviões de grande dimensão (wide bodies) por dia no Aeroporto Internacional de Anchorage

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O Aeroporto Internacional Ted Stevens, em Anchorage, no Alasca (Estados Unidos) é um forte candidato ao aeroporto com melhor localização do mundo, neste momento da história. Com a União Europeia a ter acordado encerrar o espaço aéreo à Rússia (e vice-versa), este modesto centro de movimentações de carga pode revelar-se estrategicamente importante.

Fechar o espaço aéreo ucraniano seria uma declaração de guerra — e podia levar à Terceira Guerra Mundial, dizem especialistas

Concluído em 1951, o Aeroporto Ted Stevens foi durante 40 anos uma escala popular para os passageiros que viajavam da Europa para a Ásia. Com a inauguração a coincidir com a Guerra Fria, tirou proveito das problemáticas aéreas com a União Soviética. Mais tarde, já na década de 90, as companhias aéreas estabeleceram rotas mais diretas e económicas que sobrevoavam a Rússia.

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Agora, com a invasão das tropas russas à Ucrânia, a infraestrutura vê a história repetir-se e está já a “trabalhar internamente” com o propósito de garantir uma resposta adequada, caso receba solicitações, revela a gerente de operações, Trudy Wassel, à CNN.

Por exemplo, determinada companhia aérea só vai precisar de uma paragem técnica, o quê que isto significa? Que vai abastecer, talvez mudar a tripulação e depois partir?”, questiona Wassel. ” Os nossos trabalhadores podem realizar a manutenção de um avião em cerca de uma hora e 40 minutos, dependendo das necessidades. Ou essas companhias aéreas passarão por Anchorage e precisarão de serviços adicionais? Ainda não sabemos”.

É improvável que Anchorage regresse aos níveis de tráfego de passageiros da Guerra Fria, refere Ian Petchenik, diretor de comunicações do FlightRadar24. O alcance dos aviões comerciais – “ir da origem ao destino sem parar” — melhorou drasticamente desde a queda da União Soviética.

Nas próximas semanas, as companhias aéreas trabalham para descobrir e delinear novas rotas. “Por exemplo,[a companhia] Finnair [da Finlândia] assentou o modelo de negócios num atalho pela Rússia para chegar ao leste da Ásia e sem a capacidade de fazer isto, em que direção viajará?”, pergunta Petchenik. Também os voos da União Europeia para a Ásia podem demorar mais quatro horas de forma a não sobrevoar o espaço aéreo russo.

Voos da UE para Ásia podem demorar mais quatro horas para não sobrevoar Rússia

O desvio mais extremo observado até agora é o voo 43 da Japan Airlines, que liga Tóquio a Londres. Passou “de um voo de 12 horas e 12 minutos para um voo de 15 horas e 15 minutos”, pormenoriza: “Basicamente, em vez de ir para o oeste sobrevoando a Rússia, segue para o leste e depois chega ao Alasca, ao norte do Canadá, à Gronelândia, à Islândia e depois desce para o Reino Unido”.

Muito do tráfego que normalmente passaria pela Rússia está a mover-se para o sul, daí estar a ver-se um aumento do tráfego na Turquia, Roménia [e outros] lugares na Europa Oriental”.

As rotas polares – que “sobem” pela Noruega e depois “descem” pelo Canadá e Alasca — diz Petchenik, “podem ser as mais interessantes”.

Por sua vez, tal como recordou o centro de controlo FlightRadar24 no Twitter, “as opções são poucas” para as companhias aéreas russas que continuam a operar.

Antes do cenário geopolítico mudar tão drasticamente, a recente Northern Pacific Airways já planeava lançar um serviço internacional entre os EUA e a Ásia tendo o Aeroporto de Anchorage como base, embora isto ainda esteja sujeito à aprovação do governo.

Depois, há razões geográficas, já que o aeroporto é equidistante entre Nova Iorque e Tóquio e, como conta o próprio site, a apenas nove horas e meia de voo de 90% do mundo industrializado.

Anchorage Chugach Mountain Range

Na primeira fotografia, um ângulo da cidade de Anchorage e, na segunda, vê-se as Montanhas Chugach que a localidade tem como pano de fundo

Getty Images

Passam por ali cerca de cinco milhões de pessoas por ano. Por exemplo, em 2019, atravessaram o Aeroporto Internacional de Atlanta Hartsfield-Jackson mais de 110 milhões passageiros e, comparando a Portugal, pelo Aeroporto Humberto Delgado (Lisboa), no mesmo ano, passaram mais de 31 milhões, de acordo com a PorData. Aliás, num município com 300 mil pessoas, cerca de um em cada dez empregos têm ligação ao aeroporto.

Não é a primeira vez que o Aeroporto Internacional Ted Stevens acode em tempos de crise

A pandemia de Covid-19 trouxe igualmente o pequeno aeroporto para a ribalta, desempenhando um papel chave no transporte de mercadorias médicas, noticiava o Anchorage Daily News na altura.Tornou-se até, em determinados sábados, o aeroporto mais movimentado do mundo, relatava a CNN Travel.

A vantagem de Anchorage é que os aviões podem voar cheios de carga, mas apenas com metade do combustível. Eles voam para lá, reabastecem e depois seguem para o destino”, explicou o gerente Jim Szczesniak.

No início de março, passavam por aquela pista 115 aviões de grande dimensão (wide bodies) por dia. Tal equivale a aproximadamente 300 quartos de hotel para a tripulação por noite, exemplificou Trudy Wassel.

Em 2020, “hospedou” ainda o maior avião de carga do mundo, o Antonov An-225 Mriya, recentemente destruído na Ucrânia.

Forças russas destroem maior avião de carga do mundo perto de Kiev

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