Três polícias norte-americanos foram filmados a deter um rapaz afro-americano de oito anos por ter roubado um pacote de batatas fritas em Syracuse, no Estado de Nova Iorque.

O vídeo, filmado por Kenneth Jackson e divulgado na rede social Twitter no domingo, mostra o rapaz a ser agarrado pelos braços por três agentes da autoridade, retirado de uma bicicleta e levado para as traseiras de um veículo da polícia. Nas imagens, é possível ver o menino a chorar e uma outra criança a ilibá-lo da responsabilidade do gesto, garantindo que “não tinha sido ele” a roubar o pacote de batatas fritas.

O que é que estão a fazer?” perguntou Kenneth Kackson aos polícias, enquanto um dos agentes segurava o rapaz. “Adivinha. Adivinha o que é que estou a fazer“, respondeu.

“Ele parece-me um bebé, portanto não sei o que é que estão a fazer. O que é que está a acontecer?”, contrapôs o autor do vídeo. Outro dos agentes responsáveis pela detenção disse que o rapaz tinha “roubado coisas”.

Não pode ser. Porque ele roubou um pacote de batatas fritas, vocês estão a tratá-lo como se fosse um assassino adulto e de sangue frio?”, continuou Jackson, empregando palavrões. O autor do vídeo gritou ainda: “Se ele roubou batatas fritas, eu pago por elas! Eu pago! Deixem-no em paz, ele é apenas um miúdo.”

O rapaz de oito anos foi levado, juntamente com dois irmãos, para casa. Ao pai dos três jovens, Anthony Weah, os agentes da autoridade explicaram que os rapazes tinham roubado vários pacotes de batatas fritas numa loja.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Foi apenas mais tarde, escreveu o Post-Standard, que Anthony Weah viu o vídeo do filho a ser detido. “Porque é que a polícia trataria uma criança desta forma apenas por causa de um pacote de batatas fritas de 3 dólares [cerca de 2.8 euros]?”, disse Anthony Weah.

Embora tenha concordado serem reprováveis os atos do filho, Weah condenou o modo como os agentes abordaram a situação e revelou ir apresentar queixa contra os mesmos. “Os polícias não são crianças”, acusou. “Não são rapazes, são homens”.

Ao Post-Standard, Kenneth Jackson afirmou que o caso poderia ter sido controlado de um modo diferente. “Há outras maneiras de corrigir os atos do rapaz sem táticas de medo. Agora, tornou-se em mais um jovem assustado pelo sistema.”

O porta-voz do Departamento da Polícia de Syracuse, o tenente Matthew Malinowski, explicou ao jornal que as ações dos agentes e os vídeos das câmaras corporais dos mesmos estavam a ser analisados.

Num comunicado partilhado esta terça-feira no Facebook, a polícia de Syracuse reforçou que a criança não tinha sido algemada na altura da detenção – foi agarrada pelos braços – e que foi diretamente conduzida para casa. Nenhuma queixa contra os rapazes foi formalmente apresentada.