Uma congressista norte-americana conhecida por apoiar Donald Trump enfrenta um processo judicial pelo seu alegado apoio ao ataque ao Capitólio em janeiro de 2021, podendo ser impedida de concorrer às eleições intercalares agendadas para novembro.

Se perder a batalha em tribunal, Marjorie Taylor Greene poderá permanecer no Congresso até ao fim do seu mandato em janeiro de 2023, mas não poderá concorrer ao ato eleitoral deste ano.

Um grupo de eleitores processou a representante da Geórgia, por considerar que a congressista incentivou a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2022, contrariando a 14.ª Emenda da Constituição, que estabelece que um membro do Congresso não pode envolver-se numa “insurreição ou rebelião”.

Marjorie Taylor Greene tentou refutar essas acusações e garantiu que, apesar das suas mensagens no Twitter com o hashtag #FightForTrump (Luta por Trump, em tradução simples), não sabia que um grupo do então Presidente norte-americano planeava invadir o Capitólio para impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Não apoio a violência de nenhum tipo. As minhas palavras nunca significam violência”, disse, respondendo à maioria das questões de forma vaga e com um sorriso. Green prosseguiu na defesa: “Eu pedi às pessoas que viessem para uma marcha pacífica, que todos têm o direito de fazer. Não pedi que se envolvessem com violência.”

A congressista repetiu no tribunal, no qual testemunhou sob juramento, algumas das mentiras de Trump sobre fraude eleitoral e que motivaram o ataque ao Capitólio, no qual morreram cinco pessoas.

Entre outras coisas, Marjorie Taylor Greene repetiu que havia uma “enorme quantidade de atividades fraudulentas” que impediam a reeleição de Trump.

Com a sua aparição, a também teórica de extrema-direita tornou-se na primeira congressista do Partido Republicano a testemunhar publicamente pelo ataque ao Capitólio.

Uma comissão do Congresso, criada pela presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosy, está a investigar o ataque do dia 6 de janeiro de 2022, mas todas reuniões acontecem à porta fechada.

O nome de Marjorie Taylor Greene já aparece nas urnas para as primárias republicanas da Geórgia em 24 de maio, na qual é a favorita, mas terá de enfrentar vários candidatos, incluindo a empresária Jennifer Strahan, a preferida dos moderados.

Apesar de ser um juiz que supervisiona o processo judicial, a última palavra caberá ao secretário de Estado da Geórgia, o republicano Brad Raffensperger, que é a mais alta autoridade eleitoral e quem vai examinar as conclusões do magistrado para decidir se a congressista pode ou não concorrer às eleições.