É um dos agentes mais queridos entre alguns dos melhores jogadores mundiais, é também um dos agentes que mais choques tinha com alguns dos melhores treinadores mundiais. Tudo pela maneira de ser. De trabalhar. De encarar as relações com quem representava. Foi assim que Mino Raiola, nascido em Itála mas criado nos Países Baixos e com dupla nacionalidade, foi ganhando nome, foi assim que se tornou num maiores empresários e mais influentes dos últimos 20 anos. E esta quinta-feira, aos 54 anos, voltou a ser protagonista de mais um episódio no mínimo macabro: depois de todos os meios italianos terem dado notícia da sua morte ao final da manhã, agora escrevem que está em estado crítico e a lutar pela vida.

De empregado de mesa a agente com a casa de Al Capone pelo meio: Mino, o homem nos cuidados intensivos quando ia decidir o mercado

Gazzetta dello Sport, Corriere della Sera, La Stampa, La Repubblica, Corriere dello Sport e Tuttosport foram algumas das publicações transalpinas a avançar com a informação da morte do empresário com fontes do hospital San Raffaele, em Milão. “Estou indignado com os telefonemas de pseudo jornalistas que especulam sobre a vida de um homem que está a lutar”, disse Alberto Zangrillo, chefe da Unidade de Cuidados Intensivos da unidade hospitalar, em resposta à notícia que entretanto atravessara fronteiras.

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“Estado de saúde atual para aqueles que se perguntam: chateado porque pela segunda vez em quatro meses já me estarem a matar. Parece que também sou capaz de ressuscitar”, negou posteriormente o agente no Twitter, na primeira publicação desde janeiro, altura em que explicou também o seu estado de saúde.

Depois de ter sido operado de urgência no hospital San Raffaele, em Milão, a 12 de janeiro, e apesar de ter vindo explicar através das redes sociais de que se tratava de uma intervenção já programada e “planeada”, a situação do agente foi-se agravando, tendo sofrido problemas pulmonares que levaram a que fosse depois transferido para a unidade de cuidados intensivos. Algumas publicações adiantaram também que tinha contraído Covid-19, algo que nunca chegou a ser confirmado. Acabou por não resistir, após ter sido referido na última atualização de que estava “um pouco melhor, dadas as circunstâncias”.

Devia ser a figura do mercado, encontra-se em estado grave: Mino Raiola sofre complicações e está nos cuidados intensivos

Nasceu em Itália, mudou-se com apenas um ano para os Países Baixos, ainda arriscou uma carreira como jogador na formação no modesto Haarlem, começou a entrar no mundo das negociações de jogadores pouco depois dos 20 anos. Três décadas depois, Mino Raiola é uma figura com tanto de excêntrica como de incontornável no futebol, mesmo com um estilo e uma forma de ser que são a antítese do típico empresário. E é isso também que lhe vale a ligação a alguns dos maiores nomes da atualidade, que o abordam antes de serem abordados. Muitos deles, mais do que jogadores, eram amigos.

“Talvez tenha sido demasiado cuidadoso com o Haaland”. As confissões de Raiola e Barnett, dois super-agentes

Zlatan Ibrahimovic é o exemplo paradigmático disso mesmo, o que mostrava também o tipo de pessoa e agente que Mino Raiola era perante um dos jogadores com personalidade mais vincada no futebol mundial. Mas a carteira de jogadores era extensa e profícua, das jovens pérolas Erling Haaland e Paul Pogba a outros elementos bem conhecidos mas já sem tanto mercado como Balotelli. Donnarumma, De Ligt, Verratti, Kean, Gravenberch, De Vrij ou Dumfries também eram representados pelo transalpino.

Quem são os atores do mercado que não se veem mas mexem em tudo (a Erin Brockovich, o Bond, o Moneyball e um Indiana Jones)