Durante o ano de 2021, pelo menos 637 mulheres foram abortar em Espanha, diz o Jornal de Notícias. O diário falou com a Associação de Clínicas Acreditadas para a Interrupção Voluntária da Gravidez, representante de várias clínicas em Espanha que terá recolhido os números dos estabelecimentos próximos da fronteira com Portugal. Os dados resultam da soma de mulheres portuguesas que acorreram às clínicas de Badajoz, Huelva, Sevilha e ainda Castrelos e Vigo, na Galiza.

Em Portugal o aborto é permitido por lei desde 2007 e pode ser feito no Serviço Nacional de Saúde, enquanto no país vizinho pode custar entre 350 e 500 euros. Os motivos para as mulheres escolherem o país vizinho para este ato médico serão o prazo permitido por lei para a interrupção da gravidez (em Portugal é de 10 semanas e em Espanha é de 14), os obstáculos no acesso a este procedimento em algumas zonas do país ou o método, uma vez que por cá se usa exclusivamente o método medicamentoso e lá pode-se escolher a cirurgia.

Ao jornal, Ana Campos, ginecologista da Associação para o Planeamento Familiar lembra ainda que em Portugal existe um período obrigatório de reflexão de três dias e a obrigatoriedade do aborto ter de ser feito por um médico diferente do que faz a ecografia. A médica defende o fim das duas imposições e ainda o alargamento do prazo para a interrupção da gravidez.

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