O governo da Alemanha anunciou, esta sexta-feira, ter identificado mais de 300 funcionários de agências de segurança, elementos do exército e agentes da polícia com ligações a movimentos de extrema-direita ou a movimentos semelhantes.

Foram analisados, pelo ministério federal do Interior, 860 casos de possíveis ligações a movimentos extremistas entre julho de 2018 e julho de 2021 — 176 casos em agências federais e 684 em agências estatais, conta a Associated Press.

Além de partidos e movimentos extremistas, os serviços de inteligência doméstica da Alemanha concluíram, segundo o canal Al Jazeera, que vários elementos estariam ainda ligados a organizações de artes marciais e hooligans, classificadas como “subculturas de extrema-direita”.

Dos 327 funcionários com ligações extremistas, 83 pertenciam aos serviços de contra-inteligência militar e 12 pertenciam à polícia federal. Além disso, 30 pessoas estariam ligadas ao movimento “Reichsbürger”, cuja tradução em português é “cidadãos do Reich”.  Os seguidores deste movimento, ainda de acordo com a Associated Press, rejeitam as autoridades estatais modernas e promovem uma noção desvirtuada de “direitos naturais”.

Os mais de 300 casos de ligações extremistas levaram a cerca de 500 medidas disciplinares, que incluíram processos para afastar alguns dos indivíduos dos seus cargos.

Em meados de 2021, o ministério do Interior anunciou que, em 2020, o país tinha 33 mil pessoas ligadas à extrema-direita, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Esta semana, a ministra do Interior, Nancy Faeser, também denunciou um aumento nos crimes relacionados com a extrema-direita na Alemanha e falou na “maior ameaça para as pessoas a viver no país”.

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