O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, alertou, esta segunda-feira, para um possível desmembramento da Ucrânia motivado pela NATO, que está “a concentrar tropas nas fronteiras ocidentais” russas e bielorrussas.

No final de uma reunião com o seu homólogo russo em Sochi citado pela agência RIA, o chefe de Estado russo mostrou-se “preocupado” com essa possibilidade, responsabilizando os políticos ucranianos de quererem levar a cabo o desmembramento do país.

Apontando também o dedo à Polónia, Alexander Lukashenko apontou para a hipótese de os líderes polacos quererem restaurarem as suas fronteiras antes de 1939, que incluíam o oeste da Ucrânia. “Esta é a estratégia deles também para a Bielorrússia Ocidental”, avisou, garantindo que os bielorrussos mantêm os “olhos abertos”.

“Como eu já disse, os ucranianos ainda terão de nos pedir para não permitir que a parte ocidental e outras partes sejam separadas da Ucrânia”, insinuou Alexander Lukashenko.

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Além disso, o Presidente da Bielorrússia enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, na qual apelou à união da comunidade internacional para evitar que o conflito na Ucrânia conduza a uma nova guerra mundial, foi divulgado, esta segunda-feira.

A Bielorrússia exorta os países do mundo a unirem-se para evitar que o conflito regional na Europa se transforme numa guerra mundial em larga escala“, escreveu Lukashenko na missiva, citada pela agência de notícias estatal Belta.

O Presidente bielorrusso afirmou que o seu país, atualmente o principal aliado de Moscovo, não é um agressor, como tentam apresentá-lo no Ocidente, não trai ninguém e sempre se manifestou “a favor do reforço da segurança regional e global”.

Na carta, o líder bielorrusso insistiu ainda que “é do interesse de todos não permitir que o conflito [na Ucrânia] assuma um caráter prolongado” com consequências desastrosas para o desenvolvimento sustentável.

Isso, segundo defendeu Lukashenko, será possível com “acordos legais concretos” abordando as preocupações de segurança das partes em conflito “e de outras partes interessadas, incluindo grandes e pequenos intervenientes” na arena global.

A Ucrânia, que partilha fronteira com a Bielorrússia, acusa Minsk de ceder o seu território para permitir a intervenção militar russa em solo ucraniano, iniciada em 24 de fevereiro.