A representante da Comissão Europeia na Conferência dos Oceanos de Lisboa declarou hoje que confia em que as negociações sobre a conservação e a proteção da biodiversidade no alto mar cheguem a um acordo em agosto.

“Existe neste momento uma dinâmica nesse sentido e espero que, em agosto, todos consigamos este acordo” em que a União Europeia tem estado muito ativa, afirmou Charlina Vitcheva, Diretora-geral dos Assuntos Marítimos e das Pescas da Comissão Europeia.

As negociações sobre a conservação e uso sustentável da diversidade biológica marinha nas áreas além da jurisdição nacional foram retomadas em março deste ano, depois de paradas quase dois anos devido à pandemia, sob os auspícios das Nações Unidas e o objetivo fixado era estarem finalizadas este ano.

A União Europeia e os seus Estados membros “não vão recuar, pelo contrário” nas medidas de proteção dos oceanos e da biodiversidade, garantiu, e é por isso que já assumiram “mais de 50 compromissos neste âmbito com um valor aproximado de sete mil milhões de euros”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Estes compromissos vão muito além do continente europeu, com projetos concretos nos países em desenvolvimento e nas regiões ultraperiféricas da União Europeia, detalhou.

Em 2017, a primeira Conferência alertou o mundo para os problemas que os nossos oceanos enfrentam (…) Estamos a meio do ciclo da agenda de 2030 e o estado dos oceanos não está a melhorar”, reconheceu a diretora-geral da Comissão Europeia.

“Este é o nosso fracasso coletivo e responsabilidade. Os nossos cidadãos, especialmente os jovens, pedem-nos que façamos alguma coisa. Não podemos ignorar esta chamada. É nosso dever resolver esta situação. E é urgente”, assumiu.

Vitcheva concluiu afirmando que “as soluções existem. Exigem uma grande transformação estrutural e investimento, mas, acima de tudo, requerem muita determinação e mudança de atitudes” e que espera que saia desta segunda conferência da ONU “um compromisso político firme”.

A II Conferência dos Oceanos da ONU decorre até sexta-feira em Lisboa, é coorganizada por Portugal e Quénia e pretende impulsionar esforços globais de proteção dos oceanos.