Philipp Lahm, o antigo capitão da seleção alemã que conquistou o Mundial 2014, já anunciou que não vai ao Campeonato do Mundo do Qatar — nem como parte integrante da delegação da Alemanha nem como adepto. O motivo, segundo explicou o ex-jogador, é o facto de não se sentir confortável em fazer parte de uma competição organizada por um país onde os direitos humanos nem sempre são uma realidade.

“Não vou fazer parte da delegação alemã e também não estou interessado em ir lá como adepto. Prefiro acompanhar o torneio a partir de casa”, revelou Lahm em entrevista à revista kicker. O antigo jogador do Bayern Munique, que faz parte do Comité Organizador do Euro 2024, que vai acontecer na Alemanha daqui a dois anos, deixou ainda duras críticas à FIFA.

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“Os direitos humanos têm de desempenhar um papel importante na adjudicação dos torneios. Se um país que não cumpre essa premissa obtém esse prémio, de ser sede, então temos de pensar em que critérios é que a decisão se baseou. Isto não devia voltar a acontecer no futuro. Os direitos humanos, a sustentabilidade, o tamanho do país, nada disso parece ter sido tido em conta”, acrescentou o alemão, agora com 38 anos, que ao serviço da Alemanha esteve nos Mundiais 2006, 2010 e 2014, conquistando então este último, no Brasil.

Na entrevista à kicker, Lahm encorajou ainda os atuais jogadores da seleção alemã, a começar pelo capitão Manuel Neuer, a não evitarem estes temas enquanto estiverem no Qatar a disputar o Mundial. “Enquanto jogador, já não podes passar ao lado destas coisas. Falamos sempre muito sobre valores e a personificação desses valores também faz parte da forma como te apresentas. Isso seria importante e é isso que desejo que aconteça”, defendeu o antigo internacional, que somou mais de 100 partidas pela Alemanha.

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