As exportações de bens do Norte aumentaram 19% no segundo trimestre de 2022, comparativamente ao mesmo período de 2021, adiantou esta quinta-feira um boletim divulgado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte).

“As exportações de bens do Norte aumentaram em termos homólogos 19% no 2.º trimestre de 2022, num contexto assinalado pelo aprofundamento da crise energética à escala mundial”, lê-se no boletim Norte Conjuntura.

De acordo com o documento, a dinâmica de “incremento” foi também sentida nas importações de bens, que em comparação com o mesmo período de 2021, aumentaram 25,5% no período em análise.

Dado o crescimento significativo das exportações e importações, o valor total do comércio internacional do Norte registou uma aceleração no 2.º trimestre de 2022, numa conjuntura marcada pelo aumento dos custos de produção, devido ao encarecimento da energia, dos custos de transporte internacional e das matérias-primas”, nota o documento, lembrando que o crescimento das exportações e importações resultou do aumento dos preços finais praticados no comércio internacional.

Relativamente às exportações por grandes grupos económicos, o Norte Conjuntura adianta que os bens de capital, bens intermédios e bens de consumo registaram no segundo trimestre de 2022 crescimentos em termos homólogos.

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As exportações de bens de capital aumentaram 3% (o que representou uma “desaceleração” face ao trimestre anterior), as exportações de bens intermédios aumentaram 21,5% e as exportações de bens de consumo aumentaram 19,7% em termos homólogos.

O documento destaca ainda que, no primeiro trimestre de 2022, as exportações da classe composta por veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres, as suas partes e acessórios aumentaram 5,4% em termos homólogos, “invertendo a tendência de queda que se verificava há três trimestres consecutivos”, tendo sido a classe mais exportadora no segundo trimestre, ao registar 661 milhões de euros.

As restantes classes integradas no “top 4 das mais exportadoras da região” tiveram crescimentos acima de “dois dígitos: as exportações de vestuário e acessórios aumentaram 13,1%, as exportações de máquinas, aparelhos e materiais elétricos aumentaram 15,8% e as exportações de calçado 32,1%.

As exportações de móveis, de plástico e de alumínio também tiveram aumentos significativos no segundo semestre, ao registar, 9,4%, 23,1% e 52,8%, respetivamente.

O Norte Conjuntura realça ainda que os crescimentos mais acentuados das exportações de bens no período em análise ocorreram nos concelhos da Trofa (32,2%), Paços de Ferreira (30,9%), Felgueiras (26,8%), Santo Tirso (25,1%), Vila Nova de Famalicão (23,9%), Viana do Castelo (23,6%), Vila Nova de Gaia (22,8%), Guimarães (20,5%), Maia (19,7%) e Vila do Conde (19,5%).

Criados 9.700 novos postos de trabalho a Norte no segundo trimestre de 2022

A população empregada no Norte aumentou 0,6% no segundo trimestre de 2022 face ao mesmo período de 2021, representando 9.700 novos postos de trabalho, indica o boletim divulgado esta quinta-feira pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte).

“O mercado de trabalho do Norte continuou a crescer no 2.º trimestre de 2022, embora a um ritmo inferior ao observado nos trimestre anteriores”, destaca o boletim.

No segundo trimestre deste ano, a população empregada aumentou 0,6% comparativamente ao mesmo período de 2021, traduzindo-se na criação de 9.700 novos postos de trabalho.

Apesar da “desaceleração observada”, as taxas de emprego e de atividade da região “continuam a apresentar valores elevados”, destaca o documento, notando que no grupo etário dos 20 aos 64 anos, a taxa de emprego se situou em 77% no período em análise (mais 0,3% do que o trimestre anterior).

Já a taxa de atividade da população dos 16 ou mais anos foi de 59,3%, valor também “ligeiramente superior ao registado no trimestre anterior (59,2%)”.

O boletim destaca também que, no segundo trimestre deste ano, se assistiram a “tendências de evolução um pouco distintas” das observadas nos últimos trimestres, em particular, relativamente à população empregada no grupo etário entre os 16 e 24 anos, que aumentou “6% em termos homólogos e alterando a trajetória de queda que se verificava desde o início da pandemia”.

Paralelamente, a população empregada no grupo etário dos 65 anos 89 anos passou a registar uma “variação negativa de 7,4%” comparativamente ao mesmo período de 2021, tendo, no entanto, as restantes classes etárias registado “variações homologas mais moderadas”.

Quanto aos setores de atividade económica, as dinâmicas observadas no segundo trimestre de 2022 foram “semelhantes” às do trimestre anterior, com a população empregada no setor primário (agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca) e nos serviços a aumentar 4,2% e 4%, respetivamente, em termos homólogos.

Por sua vez, a população empregada no setor secundário (indústria, construção, energia e água) registou uma diminuição de 6,1% quando comparada com o mesmo trimestre do ano passado.

“As indústrias transformadoras registaram uma redução de 6,9% face ao mesmo trimestre de 2021, correspondendo à eliminação de cerca de 31.000 postos de trabalho”, refere o boletim.

Nesta matéria, o documento realça ainda que os ramos de atividade da saúde humana e apoio social, bem como do comércio por grosso e a retalho e reparação de veículos tiveram um “desempenho bastante favorável” no 2.º trimestre de 2022, tendo-se observado um aumento de cerca de 16.400 e 23.100, respetivamente, da população empregada nestas atividades face ao mesmo período de 2021.

Já nas diferentes categorias profissionais, os especialistas de atividades intelectuais e científicas mantiveram a sua trajetória de “afirmação”, crescendo 6,4% comparativamente ao mesmo período do ano passado e passando a representar 24,9% do emprego a Norte.

O boletim Norte Conjuntura destaca também que o número de trabalhadores por conta de outrem cresceu 0,5% na região, em relação ao trimestre do ano passado, o que contrasta com um “aumento mais modesto” dos trabalhadores por conta própria, que cresceu 0,2%.

Quanto à taxa de desemprego, o documento diz ter existido um aumento ligeiro em relação ao trimestre anterior, situando-se em 5,5% no período em análise. No entanto, em comparação com o período homólogo de 2021, a taxa de desemprego a Norte diminuiu 0,8%.

“Apesar da trajetória de redução da população desempregada do Norte ao longo dos últimos trimestres, observa-se com preocupação a tendência crescente no número de desempregados de longa duração”, acrescenta o boletim.

Dormidas a Norte ultrapassam valores pré-pandemia no 2.º trimestre de 2022

No segundo trimestre deste ano registaram-se 3,2 milhões de dormidas turísticas no Norte, valor que ultrapassada, “pela primeira vez”, os indicadores anteriores à pandemia, indica esta quinta-feira o boletim divulgado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

“As dormidas nos estabelecimentos turísticos do Norte foram de 3.194.089 no segundo trimestre de 2022, mais 7,9% do que no segundo trimestre de 2019”, lê-se no boletim Norte Conjuntura.

De acordo com o documento, esta foi a “primeira vez” que os indicadores da atividade turística na região ultrapassaram os observados antes da pandemia da Covid-19.

As dormidas de residentes tiveram um “crescimento significativo” de 14,8% comparativamente ao segundo trimestre de 2019, ao fixarem-se em 1,2 milhões no período em análise. Já as dormidas de não residentes situaram-se nos 1,9 milhões, ultrapassando também o valor anterior à pandemia em 3,8%.

À semelhança das dormidas, também o número de hóspedes nos estabelecimentos turísticos do Norte aumentaram 4,5% comparativamente ao 2.º trimestre de 2019, tendo sido registados 1.685.605 hóspedes.

“Dada a total recuperação, dissiparam-se os efeitos negativos da crise pandémica na procura interna e externa dirigida ao turismo no Norte”, destaca o documento, dando nota de que a recuperação se deveu ao “crescimento acentuado do último ano”, com o número de hóspedes a aumentar 157,2% comparativamente ao mesmo período de 2021.

A “retoma plena da atividade turística para valores superiores aos pré-pandemia” foi também sentida nos indicadores de faturação dos estabelecimentos de alojamento turístico, com os proveitos totais a atingirem 217 milhões de euros, “mais 19,5% face ao valor do 2.º trimestre de 2019”.

O rendimento médio por quarto também registou uma recuperação superior a 2019, ao atingir, no segundo trimestre de 2022, 51,2 euros.

Já a taxa líquida de ocupação por cama foi o único indicador no qual o turismo do Norte não ultrapassou o período pré-pandemia, registando 45,2% em contraste com os 46,5% atingidos no segundo trimestre de 2019.

“Em Portugal, alguns indicadores da atividade turística ainda se encontram num valor ligeiramente inferior ao do período pré-pandemia”, lembra o boletim Norte Conjuntura, dando como exemplo o facto de, no período em análise, o número de hospedes e dormidas serem inferiores em 1,7% e 0,2%, respetivamente, face ao segundo trimestre de 2019.