Uma música de protesto de um dos cantores mais populares do Irão tornou-se um hino da revolta, naquela que é a terceira semana de manifestações pela morte de Mahsa Amini — a jovem que morreu após ter sido presa sob acusação de falta de cumprimento das regras de vestuários para as mulheres.

A letra de “Baraye” foi retirada de mensagens que iranianos publicaram nas redes sociais sobre as razões que os levavam a protestar. Cada verso da música, interpretada por Shervin Hajipour, começa com a palavra Baraye, que significa algo como “pela” ou “por causa de”.

A música foi lançada a 28 de setembro e, um dia depois, o cantor de 25 anos foi detido, avança o The Guardian. Fontes próximas de Shervin Hajipour acreditam que o músico foi obrigado a retirar a música do Instagram quando foi preso.

Entretanto, a canção — que rapidamente ficou viral e que foi tocada nos protestos realizados em Washington, Estrasburgo e Londres em solidariedade com o Irão — foi registada como se tivesse sido escrita por uma outra pessoa. Isto permitiu que fossem feitas reclamações de violação de direitos de autor, o que resultou na retirada da música por parte das plataformas digitais.

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No entanto, o sucesso de “Baraye” faz com que a música continue a ser amplamente partilhada nas redes sociais por diversas pessoas. Na canção de protesto estão letras como “pelas mulheres, pela vida, pela liberdade” ou “para dançar nas ruas, para beijar entes queridos”.

Shervin Hajipour, o autor do hino de protesto, foi esta terça-feira libertado sob finança, de acordo com a imprensa internacional, nomeadamente a AFP. Neste momento, está a decorrer uma campanha que pede ao público para que nomeie “Baraye” para um Grammy na categoria de melhor música para “mudança social”.