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O líder do Governo espanhol, Pedro Sánchez, vai na próxima semana a Pequim para um encontro com o Presidente da China, Xi Jinping, com quem abordará a questão da guerra na Ucrânia, anunciou esta quinta-feira o executivo de Madrid.

Sánchez estará na China nos dias 30 e 31 de março, para participar num fórum económico e de líderes da Ásia-Pacífico na ilha de Hainan e para “fazer uma visita oficial a Pequim”, segundo uma comunicado do Governo de Espanha.

No encontro, será abordada a “mediação que a China está a fazer na guerra da Ucrânia, entre a Ucrânia e a Rússia, um tema fundamental por causa dos valores europeus e pacifistas do Governo [de Espanha] e do ponto de vista mundial”, disse o ministro da Presidência espanhol, Félix Bolaños, numa entrevista esta quinta-feira na televisão RTVE.

Bolaños acrescentou que é essencial que a guerra na Ucrânia acabe e que a Rússia reconheça que fez “uma agressão absolutamente injustificada” e que haja um regresso à situação anterior ao ataque russo.

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“A China pode ter um papel muito importante nessa mediação entre a Rússia e a Ucrânia e esse será um dos temas que o presidente do Governo [Pedro Sánchez] abordará com o Presidente chinês”, afirmou Féliz Bolaños.

Segundo o ministro, esta viagem está a ser preparada há semanas e decorre de um convite de Xi Jinping, que “quer ter a opinião” de Sánchez sobre algumas matérias.

A China apresentou um plano para a paz na Ucrânia, no final de fevereiro, e o Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu esta semana, num encontro com Xi Jinping em Moscovo, poder servir de base para uma resolução do conflito quando o Ocidente estiver preparado para isso.

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Sobre a iniciativa chinesa, Kiev exigiu a retirada das tropas russas do território ucraniano antes de qualquer negociação e observou que o plano de Pequim não aborda a anexação ilegal das regiões ucranianas anexadas pela Rússia.

A viagem de Sánchez à China e a ida ao fórum de Hainan enquadra-se na presidência espanhola da União Europeia (UE), no segundo semestre deste ano, disse esta quinta-feira o ministro espanhol Félix Bolaños.

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Em Hainan, o primeiro-ministro espanhol vai reunir-se com líderes de outros países e com empresas espanholas que têm investimentos na região, segundo o ministro.

Sánchez foi um dos chefes de Estado e de Governo que esteve em Kiev na semana em que passou um ano do início da guerra na Ucrânia, no final de fevereiro

O primeiro-ministro espanhol defendeu em Kiev, como tem feito no último ano, que é preciso continuar a apoiar a Ucrânia e disse que Espanha está disponível para reforçar a ajuda militar, incluindo com o envio de meios aéreos, se houver acordo a nível da UE nesse sentido.

Em paralelo, Sánchez tem também falado na necessidade de se começar a “articular um discurso” que coloque mais a paz no horizonte.

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“Anoto, porque é uma reflexão interessante, que desde a Europa temos de articular um discurso mais de presença da paz no horizonte“, disse Pedro Sánchez em 31 de janeiro, no Senado espanhol (câmara alta do parlamento), em resposta a senadores da oposição que insistiram em defender uma maior aposta na via diplomática para acabar com a guerra na Ucrânia.

Sánchez lembrou declarações do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, dias antes, em que, nas palavras do líder do Governo espanhol, “começou a falar de um grupo de trabalho [internacional] que comece a pensar e a trabalhar em como acabar a guerra e abrir um processo de paz”.

“Penso que aí têm de ter um papel preponderante as Nações Unidas, o seu secretário-geral, o senhor [António] Guterres, e nisso está o Governo de Espanha”, afirmou Pedro Sánchez.

Segundo garantiu, o executivo espanhol “está entre os primeiros” que querem “acabar com esta guerra e restabelecer as fronteiras [ucranianas] que foram violadas” pela Rússia.