O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou esta segunda-feira, Dia Mundial do Teatro, a “importância das artes de palco”, lembrando o seu empenho crónico no combate por um “financiamento claro e justo”.

Numa nota publicada no site da presidência, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que as muitas atividades que assinalam o Dia Mundial do Teatro, entre espetáculos, reposições, lançamentos e homenagens, lembram a importância desta forma de arte milenar.

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Recordando que o teatro foi duramente afetado nos tempos pandémicos, o Presidente da República assinalou que estes artistas vivem cronicamente empenhados no combate por um financiamento claro e justo.

“Seja em teatros nacionais e companhias estabelecidas, ou em cineteatros, escolas, grupos locais ou emergentes, o teatro continua um lugar de prazer, inquietação e espírito comunitário“, sublinhou.

Assinalado numa segunda-feira, habitual dia de descanso no teatro, este ano o Dia Mundial abre a porta da maioria das companhias, somando-se centenas de iniciativas pelo país.

Os atores e encenadores Jorge Silva Melo e António Reis, que morreram no ano passado, são homenageados pela Seiva Trupe e a Cegada. As duas companhias elegíveis para apoio nos concursos do Programa de Apoio Sustentado 2023-2026, acabaram excluídas por se ter esgotado o financiamento disponível.

A Seiva Trupe, com sede no Porto, assinala o primeiro aniversário de apresentação pública da Sala Estúdio Perpétuo, que ocupa, numa sessão dedicada a António Reis, cofundador da companhia e do Festival Internacional de Expressão Ibérica (FITEI). António Reis morreu em abril de 2022, aos 77 anos.

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Em Alverca, no Teatro-Estúdio Ildefonso Valério, a companhia Cegada estreia a “Num país onde não querem defender os meus direitos eu não quero viver”, peça de Jorge Silva Melo, a partir da novela “Michael Kohlhaas”, do autor alemão Heinrich von Kleist.

Fundador dos Artistas Unidos, depois de ter criado o Teatro da Cornucópia com Luis Miguel Cintra, Jorge Silva Melo morreu em março do ano passado, aos 73 anos.

A Barraca leva a versão dramatúrgica do “Elogio da loucura”, de Erasmo de Roterdão, por Hélder Costa e Maria do Céu Guerra, ao Cine-Teatro S. João, em Palmela.

Em Lisboa, no Cinearte, sede d’A Barraca, a companhia assinala a data com a apresentação da peça “O incorruptível”, um texto de Hélder Costa, com encenação e interpretação de Gil Filipe.

No Dia Mundial do Teatro, entre centenas de outras ações espalhadas pelo país, há também a estreia da peça “A noite dos assassinos”, do dramaturgo cubano José Triana, pelo Teatro Experimental de Cascais, 50 anos depois de a companhia ter sido impedida de levar o texto a cena, pela censura da ditadura.

O Teatro Nacional D. Maria II, no âmbito do programa “Odisseia Nacional”, que este ano atravessa o país, leva a ação “Teatro fora do formato”, da companhia Formiga Atómica, a Vinhais, distrito de Bragança. A ação consiste em pequenas peças, a apresentar em espaços públicos como cafés e lojas, e terá continuidade em municípios como os de Idanha-a-Nova, Oliveira do Bairro, Portalegre e Portel.

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No Teatro Nacional São João, no Porto, a coleção de livros Empilhadora ganha um novo volume com o lançamento de “Falhar melhor”, de James Knowlson, a “única biografia ‘autorizada'” de Samuel Beckett, numa jornada que o Nacional do Porto dedica ao dramaturgo irlandês.

O Dia Mundial do Teatro é assinalado todos os anos desde 1961, por iniciativa do Instituto Internacional do Teatro (ITI, na sigla em inglês), organismo afeto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO).