Estamos em abril, Graham Potter foi despedido, mas as notícias circularam tão rápido que parecia que o Chelsea ia contratar um sucessor de peso no espaço de meros dias. Julian Nagelsmann era o favorito, Luis Enrique e Mauricio Pochettino iam ser entrevistados, Luciano Spalletti era uma opção e até Rúben Amorim poderia entrar nas contas. De repente, a escolha foi jogar pelo seguro — ou, pelo menos, jogar com o velho conhecido.

Depois de algumas horas de rumores, Frank Lampard foi confirmado como treinador interino do Chelsea até ao fim da temporada. O antigo capitão dos blues estava sem clube depois de ter sido despedido do Everton no início de janeiro e aceitou assim regressar ao comando técnico dos londrinos mais de dois anos após também ter sido dispensado — e substituído por Thomas Tuchel, que acabou por chegar a Stamford Bridge para conquistar a Liga dos Campeões e a Supertaça Europeia.

A dança de treinadores que passa ao roda e volta ao mesmo: Frank Lampard confirmado como técnico interino do Chelsea

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“Claro que mudei e levei grande parte dessa mudança para o Everton. Evoluí, talvez seja essa a melhor palavra para explicar. Sempre fui muito disponível para ouvir, para observar, para aprender e para refletir, e é certo que não sou uma pessoa que se senta e acha que tem as respostas todas. Esse é o maior erro que podemos cometer enquanto treinadores — e até na vida. Olhando para trás, existem coisas em que melhorei e outras em que ainda quero tornar-me melhor. Estou pronto para desempenhar o meu papel neste processo e ser sempre muito honesto e aberto com toda a gente em relação ao que acho. Conheço o clube e acho que isso é muito positivo para mim no que toca a assumir este cargo neste momento”, explicou o antigo internacional inglês, que deixou o Chelsea quando Roman Abramovich ainda era o dono e terá agora o primeiro contacto com Todd Boehly.

E o primeiro desafio de Frank Lampard no regresso a Londres era uma visita ao Wolverhampton depois de três jornadas seguidas em que o Chelsea não conseguiu vencer na Premier League. O treinador inglês lançava Kovacic, Enzo e Gallagher no meio-campo, com João Félix e Sterling no apoio a Havertz, e deixava Pulisic e Mudryk no banco. Do outro lado, numa armada portuguesa que não vencia para o Campeonato há mais de um mês, Julen Lopetegui colocava José Sá, Nélson Semedo, Toti Gomes, Matheus Nunes e Podence no onze inicial, sendo que Pedro Neto, Sarabia e João Moutinho eram suplentes.

O Chelsea começou melhor no Molineux mas o Wolverhampton não demorou muito a responder, subindo as linhas a partir dos 20 minutos e causando muitos problemas ao adversário quando colocava alguma velocidade no último terço. À passagem da meia-hora, aconteceu o que já se afigurava expectável: Matheus Nunes aproveitou uma bola perdida depois de um alívio de Koulibaly na grande área e atirou cruzado de primeira, com muita força, para abrir o marcador e estrear-se a marcar pelos ingleses (31′).

O Wolves foi a vencer para o intervalo e Lampard só mexeu já perto da hora de jogo, trocando Havertz por Pulisic, com Lopetegui a responder com as entradas de Hwang e Moutinho para os lugares de Diego Costa e Podence, num claro esforço para resguardar três pontos valiosos. O Chelsea lançou a artilharia nos minutos finais, com Aubameyang, Chilwell e Mudryk a entrarem todos em campo, mas já nada foi suficiente.

No primeiro dia do regresso de Frank Lampard, o Chelsea não conseguiu reverter o mau momento, perdeu com o Wolverhampton e somou a quarta jornada sem ganhar na Premier League, mantendo-se no 11.º lugar e começando a despedir-se cada vez mais da zona de apuramento para as competições europeias. Do outro lado, num dia feliz para Matheus Nunes, o conjunto de Julen Lopetegui voltou às vitórias e deu um passo importante nas contas da manutenção, tendo agora mais quatro pontos do que a primeira equipa na zona de despromoção.