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Os líderes do G7 vão reunir-se em Hiroxima, no oeste do Japão, a partir de sexta-feira, para endurecer a posição em relação à Rússia e adotar uma linha comum em relação à China.

A Ucrânia é o tema em destaque na cimeira de três dias, realizada numa cidade que simboliza os efeitos de uma guerra por ter sido destruída por uma bomba atómica norte-americana em 1945. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, cujo país exerce a presidência rotativa do G7, admitiu haver “o receio de que a situação na Ucrânia se agrave” e de que a guerra seja prolongada.

“É neste contexto que o G7 se deve reunir novamente e mostrar força e solidariedade para com a Ucrânia”, afirmou Kishida numa entrevista à televisão japonesa NHK, na quarta-feira.

O grupo dos sete países mais industrializados reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, bem como a União Europeia (UE). O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deverá discursar na cimeira por videoconferência, poucos dias depois de ter visitado os quatro países europeus do G7, além do Vaticano.

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“A Ucrânia impulsionou este sentido de propósito comum” para o G7, disse à agência norte-americana AP Matthew P. Goodman, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

A China é outro tema em foco em Hiroxima, dada a preocupação do G7 com a crescente assertividade do gigante asiático na região e a tensão com Taiwan, a ilha que Pequim ameaça tomar pela força se declarar a independência.

Os líderes do G7 deverão ser cautelosos em relação a Pequim, segundo a agência francesa AFP, mostrando unidade em relação a Taiwan, mas tentando evitar o aumento das tensões. Não se trata de “um G7 anti-China”, disse fonte da Presidência francesa à AFP, com Paris na expectativa de “uma mensagem positiva” de cooperação.

Preocupada com a segurança económica, a cimeira de Hiroxima deverá abordar também a influência chinesa nas cadeias de abastecimento cruciais.

“Procuramos uma abordagem multidimensional das nossas relações económicas com a China”, declarou, na segunda-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Mas “esta abordagem caracteriza-se pela redução dos riscos e não pela dissociação”, afirmou, citada pela AFP.

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Fumio Kishida deverá chamar a atenção para os riscos da proliferação nuclear durante a reunião em Hiroxima, local do primeiro bombardeamento atómico do mundo. O programa nuclear da vizinha Coreia do Norte constitui uma preocupação regional e global, bem como as ameaças da Rússia de utilizar armas nucleares na Ucrânia. Também a China está a expandir rapidamente o arsenal nuclear, passando das atuais 400 ogivas para 1.500 em 2035, segundo estimativas do Pentágono (Departamento de Defesa dos Estados Unidos).

As preocupações com a economia global, a subida dos preços, a crise do limite de endividamento nos Estados Unidos e as alterações climáticas estarão também entre as preocupações dos líderes.

O G7 convidou para Hiroxima líderes de países como Brasil, Índia, Indonésia, Coreia do Sul, Austrália, Ilhas Cook e Vietname, bem como a ONU.

À margem da cimeira, deverá ocorrer um encontro entre os líderes dos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Face à crise do endividamento dos Estados Unidos, o Presidente Joe Biden vai regressar a Washington no domingo. A decisão levou ao cancelamento da cimeira sobre segurança da aliança Quad, em que iria participar com os líderes da Austrália, Índia e Japão na próxima semana, na cidade australiana de Sydney.