Com 6.6 de magnitude na escala de Richter, este é o maior sismo em Marrocos desde que há registos, ou seja, pelo menos em 120 anos. O último, de grande intensidade, aconteceu em 1960, e registou 5.8 na escala de Richter. Ambos tiveram profundidades muito semelhantes (entre 10 a 18 km). Se agora a zona mais atingida foi a de Marraquexe, cidade património da humanidade da UNESCO, antes tinha sido Agadir.

Na altura, morreram cerca de 12 mil pessoas, por se tratar de uma região densamente habitada. Mais recentemente, em 2004, um sismo de 6.4, fez 600 vítimas mortais em Alhucemas.

O sismo desta sexta-feira, que já fez mais de 800 vítimas mortais, aconteceu numa zona conhecida como cordilheira do Atlas, montanhas formadas numa zona de compressão geológica de falhas, e onde acontecem, devido a essa fricção, vários sismos, como terá sido o caso. O abalo, por ter acontecido a pouca profundidade, fez-se sentir em grande parte do Norte de África, Sul de Espanha e várias zonas de Portugal.

O nível de destruição, numa zona pouco preparada e pouco habituada a terramotos, onde as construções são frágeis — no Japão, por exemplo, um sismo desta intensidade não provocaria os mesmos danos — é enorme. Os vídeos, que chegam via redes sociais, mostram isso mesmo.

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Além de prédios a desmoronar em segundos e aldeias feitas em pó, vê-se uma idosa a ser resgatada 15h depois, uma criança a tentar ser retirada dos escombros, um gato salvo das ruínas, mas também gente a correr mal a terra começou a tremer, pouco passavam das 23h00 (mesma hora no nosso país). Um problema, já que a maior parte das pessoas já se encontrava a dormir ou nas suas habitações, com menores condições de fuga para espaços livres.

Uma idosa é retirada dos escombros mais de 15 horas depois do sismo

Uma criança a quem tentam resgatar dos escombros

Um marroquino salva um gato do meio das ruínas

A torre desta mesquita resiste ao sismo, apesar de abanar significativamente

Assim ficou a pequena localidade de Amarzgane

Uma câmera de vigilância apanha o susto dos habitantes nos primeiros segundos do sismo

O momento em que o edifício colapsa em Marraquexe

As equipas de salvamento tentam procurar pessoas nos escombros

A localidade de Tizint ficou praticamente destruída

Também pouco resta da vila de Imlil

Muitos prédios caíram em questão de segundos

Este tipo de sismos, desta magnitude, não é normal, segundo o Instituto Geológico e Mineiro de Espanha (IGME). Por isso, um sismo, tão forte, foi inesperado. A falha desta zona montanhosa está identificada, os sismos são normais, mas mais fracos, até uma magnitude de 5.0, habitualmente. Aliás, quando acontecem nestas zonas montanhosas, que ficam dentro de placas tectónicas, em subplacas, e não nas margens de grandes placas, como é o caso, os abalos costumam ser de magnitude inferior.

Mas o facto de ter ocorrido bastante à superfície (10 a 18 km, segundo o que é possível para já saber) e das construções na zona serem muito rudimentares, terá levado a um grande nível de destruição.