O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, classificou a recente decisão do Banco Central Europeu (BCE) de subir as taxas de juro como “uma dor de cabeça”, mas disse ter a “certeza” de que em breve o Governo vai apresentar medidas para ajudar os portugueses com empréstimos à habitação.

Em declarações em Toronto, durante a visita de Estado ao Canadá, Marcelo falou sobre a decisão do BCE — que sinalizou que, apesar do aumento, este poderá ser o último do ciclo. “É uma dor de cabeça para todos os governos, incluindo o português, e para todos os portugueses que têm empréstimo bancário à habitação”, disse o Presidente aos jornalistas.

BCE sobe taxas de juro, pela décima vez consecutiva, mas sinaliza que poderá ter sido o último aumento

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“Tenho a certeza que o Governo fará o que pode para encontrar uma solução e, por aquilo que me disseram, quer fazê-lo rapidamente”, declarou, apontando que “mais semana menos semana, mais dia menos dia” o Executivo deverá apresentar “medidas que irão mitigar a má notícia que tivemos do BCE”.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, também sinalizou que o Governo tenciona criar um mecanismo com o objetivo de “estabilizar as prestações (dos créditos à habitação), durante um determinado período”, de forma a “devolver tranquilidade” aos portugueses — e apontou a próxima semana como data indicativa.

Medina reafirma mecanismo para estabilizar prestações de crédito, mas remete detalhes para mais tarde

A edição desta semana do jornal Expresso diz que em cima da mesa estará uma solução para quem tem crédito à habitação que prevê uma redução inicial da prestação a ser compensada nas prestações seguintes até ao final do prazo de amortização. Ou seja, na prática, as famílias acabam por pagar o mesmo ao longo do tempo de vida do empréstimo, mas os encargos serão distribuídos por um período mais longo.