A Biblioteca Municipal José Saramago de Madrid tem a partir desta terça-feira uma secção especializada em literatura de autores lusófonos, com um primeiro conjunto de 300 livros em português ou traduzidos para o castelhano.

O espaço tornou-se assim esta terça-feira “na primeira biblioteca da cidade de Madrid especializada nesta língua”, segundo a diretora da Biblioteca Municipal José Saramago, María José Casseca.

A secção de literatura lusófona resulta de uma doação inicial de cerca de 300 livros à biblioteca por parte da Embaixada de Portugal em Madrid, formalizada esta terça-feira. “São 300 novos títulos em português e espanhol e o nosso compromisso é aumentar o número de títulos aqui disponíveis nesta biblioteca”, disse o embaixador português João Mira Gomes.

A Embaixada de Portugal, através de João Mira Gomes, e a Câmara de Madrid, através da responsável pela cultura no município, Marta Rivera de la Cruz, assinaram esta terça-feira um protocolo que formalizou a entrega dos primeiros livros à Biblioteca José Saramago, assim como a doação contínua de obras a partir de agora.

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Segundo a informação da embaixada aos meios de comunicação social, o objetivo é haver doações de livros anualmente.

Entre os livros da nova secção de literatura portuguesa desta biblioteca de Madrid, que tem o nome de José Saramago desde 2011, está a obra completa do escritor, em português e castelhano.

A biblioteca tinha até agora “muito poucas” obras de autores lusófonos, para além das do próprio Saramago, Nobel da Literatura de 1998, disse María José Casseca, durante uma visita ao espaço com os convidados e jornalistas que assistiram à assinatura do protocolo entre o município de Madrid e a embaixada portuguesa.

María José Casseca revelou que na sequência de notícias e informações públicas sobre a criação desta secção especializada em literatura lusófona a biblioteca já recebeu muitas manifestações de interesse, sobretudo, de escolas de idiomas.

O protocolo entre a Embaixada de Portugal e o município de Madrid foi assinado no Dia Internacional das Bibliotecas, que tem como lema, este ano, “tecendo comunidades”.

Na cerimónia da assinatura do protocolo, María José Casseca lembrou que Saramago disse que Portugal e Espanha eram como dois irmãos siameses que nasceram colados pelas costas e que nunca se olharam na cara.

“Não é de estranhar, portanto, que a língua portuguesa seja um idioma desconhecido para muitos de nós, apesar da proximidade de Portugal. No entanto, graças aos seus escritores e às suas obras, esta distância está desde há anos a diminuir”, afirmou.

A diretora da biblioteca disse esperar que a partir de agora este se torne num “espaço vivo e dinâmico que consegue mostrar a diversidade cultural dos portugueses” através da literatura.

Na cerimónia de hoje foi ainda lida uma mensagem de Pilar del Rio, mulher de Saramago e presidente da fundação com o nome do escritor, que doou à biblioteca um exemplar do romance “Claraboia”, em português, para ser disponibilizado aos utentes do espaço, assim como uma reprodução do manuscrito original da mesma obra, com as anotações, à mão, do Nobel da Literatura.

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Lusa/Fim