A noite de quarta-feira, na Dinamarca, foi mais do que uma derrota europeia para o Manchester United. Os red devils estiveram a ganhar por dois golos de diferença, Rashford foi expulso, o Copenhaga empatou e Bruno Fernandes ainda deu alento aos ingleses, que acabaram por cair com uma reviravolta nos últimos 10 minutos. O Manchester United está no último lugar do grupo da Liga dos Campeões, sofreu três derrotas em quatro jogos e Erik ten Hag perdeu a confiança de todo o universo do clube.

Na verdade, a temporada do Manchester United não preocupa apenas pelo falhanço na Liga dos Campeões e o 7.º lugar na Premier League. Se olharmos para os números, a prestação da equipa de Erik ten Hag está a ser historicamente negativa: os red devils são o segundo conjunto inglês com mais golos sofridos nos últimos 10 minutos dos jogos, têm o terceiro pior registo de minutos passados na liderança do marcador e só quatro dos 10 reforços participaram em 50% das partidas.

Erik e uma equipa em lume brando onde existe tudo menos chama (ou como o United perdeu com o Copenhaga)

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Na verdade, com nove derrotas em 17 jogos, já igualaram um dos piores anos da história do clube: 1973/74, quando o Manchester United também perdeu nove jogos até novembro e acabou despromovido ao segundo escalão. Erik ten Hag, porém, tentava olhar para o copo meio cheio — e principalmente para os primeiros 25 minutos contra o Copenhaga, onde os ingleses marcaram dois golos.

“É isso que queremos atingir. É muito bom ver que tivemos essa compostura, que fizemos as coisas certas e tomámos boas decisões com bola. Nos momentos certos lutámos para acelerar o jogo e marcámos um golo bonito. É assim que queremos jogar. Espero que possamos construir a partir daí e espero que possamos ver isso mais vezes”, disse o treinador neerlandês na antevisão da receção deste domingo ao recém-promovido Luton Town, que luta para sair da zona de despromoção ao Championship.

Ten Hag não podia contar com Jonny Evans, Casemiro e Lisandro Martínez, todos lesionados, e colocava McTominay e Eriksen no meio-campo e nas costas de Bruno Fernandes, Rashford e Alejandro Garnacho, que apoiavam Højlund. No banco ficavam Antony, Martial, Mason Mount e ainda Amrabat. Do outro lado, o ex-Chelsea Ross Barkley era titular no setor intermédio da equipa de Rob Edwards, que tinha o ex-Manchester United Teden Mengi na direita da defesa e o também ex-Manchester United Tahith Chong enquanto suplente.

Højlund teve a primeira oportunidade do jogo, com o guarda-redes Thomas Kaminski a evitar aquele que seria o primeiro golo do avançado dinamarquês na Premier League (10′), e Garnacho também poderia ter inaugurado o marcador com um remate que passou por cima (20′). O Luton Town respondeu por intermédio de Carlton Morris, que cabeceou para uma enorme defesa de André Onana (36′), e Erik ten Hag perdeu mais um jogador por lesão devido a um problema de Eriksen, que foi substituído por Mason Mount ainda antes do intervalo.

O Manchester United regressou melhor para a segunda parte, atuando praticamente por inteiro no meio-campo adversário apesar de não conseguir criar muitas oportunidades, mas o Luton Town assustava sempre que chegava perto da baliza de Onana e até tinha mais remates enquadrados. O tão aguardado golo, porém, chegou à beira da hora de jogo: na sequência de uma insistência após um canto, a bola sobrou para Lindelöf na área e o central sueco atirou para finalmente desbloquear o nulo (59′).

Rob Edwards respondeu com uma substituição, trocando Townsend por Chong, e Ten Hag tirou Garnacho para lançar Antony pouco depois. O brasileiro apressou-se a criar uma oportunidade para Rashford, que atirou na área para uma defesa atenta de Kaminski (70′), e Højlund também teve de ser substituído por Martial devido a problemas musculares. O Manchester United aguentou a vantagem até ao fim, apesar de o jogo se ter tornado ainda mais atrapalhado e atabalhoado nos últimos minutos, e regressou as vitórias com um triunfo tímido e pouco impressionante perante o Luton Town.