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A União Europeia (UE) vai apelar na cimeira com a China para que Pequim “use a sua influência sobre a Rússia” para parar a guerra contra a Ucrânia, afirmou esta terça-feira a presidente da Comissão Europeia, realçando “a sua responsabilidade”.

Em primeiro lugar, congratulo-me vivamente com o envolvimento chinês nos assuntos globais porque a China desempenha um papel importante. Olhando especificamente para a Ucrânia, a China é membro do Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] e, com isso, tem uma responsabilidade específica”, disse a líder do executivo comunitário, em entrevista ao projeto European Newsroom (Redação Europeia), de que a Lusa faz parte, conduzida pela agência de notícias AFP.

De acordo com Von der Leyen, nesta que é a primeira cimeira presencial entre os dois blocos desde 2019, que se realiza em Pequim na quinta-feira e sexta-feira, a UE vai salientar que “é importante que a China use a sua influência sobre a Rússia”.

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“Ainda não fizeram, mas este é o nosso pedido, para que usem a sua influência sobre a Rússia também para defender a Carta das Nações Unidas, que assenta na integridade territorial e na soberania de um país”, a Ucrânia, salientou a presidente da Comissão Europeia.

Para Ursula von der Leyen, também “é uma preocupação” a evasão da Rússia às sanções adotadas pela UE.

“Temos um diálogo muito intenso com a China, mostrando casos diferentes, e pedimos […] à China que aja sobre esses casos”, assinalou a responsável.

A UE impôs apertadas sanções contra a Rússia, em resposta à invasão Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro de 2022, e à anexação ilegal das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Quérson.

Em causa estão medidas restritivas específicas (sanções individuais), sanções económicas e medidas em matéria de vistos, que visam impactar a economia russa e impedir eficazmente a capacidade da Rússia de prosseguir a agressão, razão pela qual Bruxelas vai aproveitar esta oportunidade para pedir cooperação a Pequim.

Confrontada com uma eventual influência norte-americana na UE, Ursula von der Leyen vincou: “Temos a nossa própria posição e a abordagem em matéria de redução dos riscos e é uma marca europeia, que mostra também o quanto a Europa mudou nos últimos anos, com toda a experiência da pandemia e da guerra russa na Ucrânia e a nossa própria liderança ao nível ecológico”.

Ursula von der Leyen vai, juntamente com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o Alto Representante da União, Josep Borrell, representar o bloco europeu nesta cimeira, que se traduz num diálogo ao mais alto nível sobre as relações UE-China e também sobre questões internacionais, incluindo a invasão russa da Ucrânia e a guerra no Médio Oriente.

Previstos estão encontros destes altos funcionários da UE, à margem da cimeira, com o Presidente chinês, Xi Jinping, e com o primeiro-ministro, Li Qiang, em duas sessões separadas.