A marca de automóveis Rolls-Royce está em conversações com a maior empresa privada de energia elétrica da Ucrânia, a DTEK, para construir mini-centrais nucleares naquele país. Segundo o The Telegraph, as duas empresas iniciaram um diálogo para a implementação de Small Modular Reactors (SMRs) em zonas atualmente exploradas por centrais a carvão.

Em entrevista ao Telegraph, Maxim Timchenko, diretor executivo da DTEK, confirmou que as duas empresas estão a tentar encontrar uma forma de instalar os SMRs, nomeadamente em 8 centrais elétricas a carvão existentes, duas delas em território ocupado pela Rússia. “Do nosso lado, temos uma grande capacidade de centrais elétricas e estamos em conversações com a Rolls-Royce SMR para as converter”, afirmou.

Este diálogo surge numa altura em que a Ucrânia se esforça por utilizar fontes de energia renováveis, como os parques eólicos e solares, face a bombardeamentos russos para destruir a rede de energia durante os meses de inverno.

Em maio, a DTEK, que faz parte do grupo industrial do empresário bilionário Rinat Akhmetov, começou a produzir energia no parque eólico de Tyligulska, a 60 milhas do centro da guerra, no sul da Ucrânia, construída em apenas 9 meses.Em dezembro, a empresa anunciou que pretende quadriplicar a capacidade do local.

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Timchenko afirmou que as energias renováveis continuam a ser fundamentais para aumentar a segurança energética, uma vez que as turbinas eólicas individuais são alvo de mísseis muito mais difíceis do que as grandes centrais elétricas a carvão. No entanto, uma grande parte da energia terá que continuar a vir de outras fontes, como a nuclear.

O SMR, que está a ser desenvolvido pela Rolls, é uma tecnologia nova e não testada comercialmente e que não se espera vir a ser utilizada antes de 2030. De acordo com a International Atomic Energy Agency, estes reatores avançados têm a capacidade de produzir até 300W e podem ser construídos em zonas sem espaço para outras soluções, com maior economia de tempo e custo.

Antes da invasão russa, a Ucrânia possuía 4 centrais que produziam mais de metade da energia do país, tornando-a um dos países mais utilizadores de energia nuclear. Uma das instalações, a Central Nuclear de Zaporizhzhia, situa-se atualmente em território ocupado e tornou-se um ponto de guerra, com a Ucrânia e a Rússia a acusarem-se mutuamente de bombardeamentos imprudentes que correm o risco de desencadear uma catástrofe nuclear.

A DTEK fornece um quinto da eletricidade da Ucrânia, em grande parte através de usinas de carvão, mas tem estado sob ataque desde a invasão russa.