O Parlamento Europeu (PE) rejeitou esta quinta-feira uma proposta da Comissão Europeia para a eliminação da pesca de arrasto nas áreas marinhas protegidas, o que mereceu críticas de associações ambientalistas.

Num relatório aprovado por 402 votos a favor, 95 contra e 57 abstenções, os eurodeputados consideram que o executivo comunitário “adotou uma abordagem simplista ao propor a eliminação progressiva da pesca de arrasto em todas as áreas marinhas protegidas até 2030″, salientando ainda que os pescadores não foram escutados, segundo um comunicado.

O PE apelou ao equilíbrio e à participação dos pescadores na definição das zonas protegidas e na aplicação de futuras medidas.

Para os eurodeputados, a pesca de arrasto é responsável por 25% das capturas e a sua proibição, mesmo que só em áreas protegidas, teria impacto económico em muitas regiões costeiras.

Associações ambientalistas, como a Oceana e a Seas at Risk, lamentam os votos no PE sobre a política comum das pescas e o Plano de Ação para o Meio Marinho, considerando que revelam uma tendência preocupante para ignorar a ciência em favor de ganhos económicos a curto prazo para a pesca industrial, bem como os impactos negativos no meio ambiente.

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Em Portugal existem cerca de 70 áreas marinhas protegidas, em particular nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Num outro relatório, sobre a execução da política comum das pescas e perspetivas futuras, adotado por 371 votos a favor, 92 contra e 92 abstenções, o PE solicitou ao Conselho da União Europeia que os totais admissíveis de capturas fossem fixados por períodos mais longos do que os anuais ou bianuais, a fim de dar mais segurança aos pescadores.

Os eurodeputados validaram ainda regras para proteção de espécies como os golfinhos, o que os ambientalistas referem como “nota positiva” nas votações.