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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou este domingo que só haverá um acordo sobre uma trégua em Gaza se o grupo palestiniano Hamas abandonar o que considerou serem “exigências delirantes”.

Em entrevista à estação de televisão norte-americana CBS, Netanyahu registou que existem grandes diferendos com o Hamas, mas recusou-se a esclarecer quais são as exigências do grupo.

“Se o Hamas renunciar às suas exigências delirantes e se consciencializar da realidade, então teremos o progresso que todos desejamos”, afirmou o líder israelita, citado pela Efe.

Ainda assim, Netanyahu apontou que qualquer acordo “não pode comprometer uma vitória total” sobre o Hamas.

Netanyahu manifestou o seu apreço pelos esforços dos Estados Unidos da América, do Egito e do Catar pela facilitar um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos.

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Fontes egípcias disseram, na manhã deste domingo, à agência noticiosa Efe que as negociações em Paris para uma trégua entre Israel e o Hamas “tiveram um resultado positivo” e estão “numa fase avançada“.

“As conversações chegaram a um resultado positivo e a um ponto de encontro durante o qual será declarada uma trégua relativamente longa, de até seis semanas“, disseram as fontes, que pediram para não ser identificadas.

O acordo inclui, numa primeira fase, a libertação de 30 reféns detidos pelo Hamas desde o ataque do grupo a Israel, em 7 de outubro, em troca de 300 prisioneiros palestinianos nas prisões israelitas.

Os EUA reforçaram a conclusão este domingo apresentada pelo Egito e afirmaram que foi encontrado um “meio-termo” durante as recentes negociações em Paris para garantir uma trégua em Gaza, segundo o conselheiro de segurança do Presidente.

“É verdade que representantes de Israel, dos Estados Unidos da América, do Egito e do Catar se reuniram em Paris e chegaram a um consenso sobre entre si sobre as linhas gerais” de um possível acordo para a libertação de reféns e um cessar-fogo temporário, disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, na estação televisiva norte-americana CNN.

“Não vou entrar em detalhes porque ainda estão negociados”, disse, acrescentando que terá de haver espaço para negociações indiretas entre Catar, Egito e Hamas porque, em última instância, terão de concordar com a libertação de reféns.

“Esperamos que nos próximos dias possamos chegar a um ponto em que haja, de facto, um acordo sólido e final sobre esta questão”, apontou Jake Sullivan.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 7 de outubro.

Nesse dia, cerca de 1.200 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os mais recentes números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 29 mil pessoas, na maioria mulheres, crianças e adolescentes.