Augusto Santos Silva apela aos indecisos e aos “propensos à abstenção” que votaram no PS em janeiro de 2022 para que “renovem a confiança” nos socialistas no dia 10 de março, afirmando que a “alternativa que agora se apresenta, liderada pela AD, em companhia assumida com a IL e envergonhada com o Chega” se caracteriza pelo “aventureirismo e [pela] irresponsabilidade”.

Num artigo de opinião publicado esta segunda-feira no Correio da Manhã, intitulado”Confiar, de novo, no PS, o presidente da Assembleia da República — que diz escrever “na condição de membro do Partido Socialista” — afirma que uma “vitória robusta do PS é o único resultado que impede qualquer retrocesso nas políticas económicas, sociais e orçamentais e nos direitos pessoais”. “E evita o pesadelo de ter o governo de Portugal sob chantagem da extrema-direita e/ou dos ultraliberais”, prossegue.

Para Santos Silva, a queda do executivo liderado por António Costa, que deveria governar até 2026,  suspendeu um ciclo de governação “com resultados muito importantes”, como, por exemplo, “contas públicas equilibradas, crescimento da economia e do emprego, aumento dos rendimentos familiares, do salário mínimo e do salário médio, descongelamento das carreiras, gratuitidade de passes e creches”.

Desta forma, o presidente da Assembleia da República defende que votar e “concentrar o voto no PS (designadamente, em todos os círculos em que não o fazer significa desperdiçar mandatos parlamentares) é a condição essencial para que o país possa superar a crise política para que foi desnecessariamente arrastado, com a eleição de um Parlamento e a formação de um governo que garantam estabilidade”.

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Quanto à oposição a PS, além de afirmar que se caracteriza pelo “aventureirismo”, Augusto Santos Silva escreve que os “rostos que exibe são os autores e defensores dos cortes do passado” e recorda as polémicas que têm surgido desde o início da campanha, como o facto de Paulo Núncio, vice-presidente do CDS, ter defendido um novo referendo ao aborto. “Vão-se sucedendo as intervenções que mostram bem os reais propósitos [das alternativas ao PS]: retrocesso nos direitos sexuais e reprodutivos, submissão ao eucaliptal, negação das alterações climáticas, associação entre imigração e insegurança, privatização seletiva do Estado social”, salienta o socialista.

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