O juiz nova-iorquino Juan Merchan decidiu esta segunda-feira levar o ex-Presidente dos EUA Donald Trump no caso relacionado com alegados pagamentos para silenciar a estrela de filmes para adultos, Stormy Daniels, que alega ter tido um caso com o milionário republicano. Foi definido o dia 15 de abril como data de início do julgamento, algo que aumenta a perspetiva de que o antigo Presidente receba um veredito sobre um dos seus quatro casos criminais antes das eleições de novembro.

O candidato republicano para as presidenciais deste ano foi submetido a uma audiência preliminar esta segunda-feira, com o objetivo de discutir questões relacionadas com a descoberta de provas que levaram ao adiamento do julgamento criminal de Trump em Nova Iorque até, pelo menos, abril. Os advogados de Trump pediram para adiar o julgamento ou arquivar o processo.

Trump está acusado de 34 crimes de falsificação de documentos, decorrentes de reembolsos feitos ao seu antigo advogado, Michael Cohen. Alegadamente, os pagamentos em causa ocorreram antes das eleições de 2016 para silenciar Stormy Daniels. O antigo Presidente declarou-se inocente e negou sempre o caso com Stormy Daniels. A acusação declara que Trump “falsificou repetidamente e de forma fraudulenta os registos comerciais de Nova Iorque para ocultar uma conduta criminosa, que escondeu informações prejudiciais ao candidato, do público durante as eleições presidenciais de 2016”.

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À saída do tribunal o ex-Presidente voltou a criticar a justiça norte-americana fortemente: “Estão mortinhos por começar isto. O juiz não pode ir mais depressa. Ele quer tanto que isto comece”.

Questionado sobre se testemunharia em sua defesa no julgamento do dinheiro para silenciar Stormy Daniels, Donald Trump garantiu que sim. “Não teria qualquer problema em testemunhar. Não fiz nada de errado”, disse Trump.

o antigo Chefe de Estado também não teme que uma condenação prejudique a sua campanha presidencial pois considera que estes processos o vão tornar “mais popular”: “As pessoas sabem que é uma fraude”. “É um julgamento Biden”, rematou.

O seu advogado, Todd Blanche, também criticou a ida a julgamento, além da data do mesmo: “Começar este julgamento em abril, ou mesmo começar este julgamento em qualquer altura antes das eleições, é completamente injusto para o presidente Trump.  “É completamente injusto para o povo americano que está a avaliar quem quer que seja o próximo presidente”, acrescentou Blanche.

Os outros três casos – dois dos quais dizem respeito às suas tentativas de bloquear a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020 e o terceiro relativo à sua posse de documentos confidenciais depois de deixar a Casa Branca – continuam presos a moções pré-julgamento e recursos.