O primeiro-ministro apelou esta terça-feira aos portugueses para que tenham condutas que diminuam os riscos de incêndio rurais e contribuam para o país não ser confrontado com este flagelo e as suas consequências. E Luís Monteengro garantiu que o Governo e as autoridades competentes estão a “fazer tudo” para que Portugal tenha o “verão mais tranquilo possível” relativamente a fogos florestais.

“Aquilo que queria sobretudo dizer aos portugueses é que da parte do Estado estamos todos motivados e estamos todos com o espírito de articulação e de coordenação para diminuir os riscos. Mas é verdade que esse esforço também precisa do impulso de cada cidadão e do impulso de cada comunidade”, afirmou Luís Montenegro.

O primeiro-ministro deslocou-se esta terça-feira a Mação, distrito de Santarém, para presidir à reunião do Conselho de Coordenação da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF).

No final, Montenegro proferiu uma declaração aos jornalistas sem direito a perguntas, onde fez “um apelo muito direto aos portugueses” para que “possam ter condutas que diminuam os riscos” e que, dessa forma, “possam contribuir para termos um país que não tenha que ser confrontado todos os anos com o flagelo dos incêndios rurais e com as consequências que muitas vezes eles trazem”.

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Segundo o chefe do Governo, o caminho percorrido nos últimos anos “foi positivo” e, sobretudo, “de mobilização de vários departamentos do Estado que colaboram para a existência de “politicas mais preventivas”. Contudo, sublinhou que ao mesmo tempo houve contributos para incutir nas populações uma maior motivação para  práticas que diminuem o risco de termos mais ocorrências e repercussões negativas.

Luís Montenegro entende que o principio de articulação e de coordenação é fundamental para a prevenção e combate aos fogos rurais. “Nós estamos de facto todos do mesmo lado. Estamos nós que exercemos funções governativas está esta agência [AGIF], cujo trabalho nos últimos anos  foi precisamente desenvolver um plano de ação, com metas que foram desenhadas até 2030 e que oportunamente vamos revisitar”, frisou.

Para o primeiro-ministro, o último ano “foi um bom ano”. “Esperamos que este ano possamos ter um desempenho que não traga piores noticias do que aquelas que tivemos o ano passado. Pelo contrário. Mas, é preciso que tenhamos consciência que para alcançar esse objetivo não podemos baixar a guarda nem diminuir tudo aquilo que possamos fazer para prevenir e depois, naturalmente, combater quando as ocorrências vierem e elas virão. É inevitável”, sintetizou.

Metade dos incêndios urbanos em Portugal com origem dolosa

Montenegro deixou também uma palavra às autoridades de investigação.”Nos últimos anos foram capazes de identificar muitos dos responsáveis pelas ignições e de assegurar a prova que em juízo condenou alguns a penas muito pesadas e que algumas dessas pessoas pudessem ter a aplicação de medidas de coação privativas da liberdade”, disse.

Para o primeiro-ministro, isso contribuiu “como um instrumento para diminuir as ocorrências e para dissuadir e dar uma imagem muito forte de punição que é merecida para quem ofende pessoas e bens de uma forma tão desumana como aqueles que dão azo à ocorrência criminosa de incêndios rurais”.