O cabeça de lista do PTP às eleições europeias, José Manuel Coelho, prometeu esta quinta-feira que, se for eleito eurodeputado, vai “lutar para acabar com os paraísos fiscais”, lançando críticas ao serviço de Finanças da Madeira.

“É preciso os madeirenses abrirem os olhos a tempo e horas, antes que seja tarde de mais”, avisou, para logo reforçar: “Quando eu chegar à União Europeia, vou lutar para acabar com esses paraísos fiscais, que são uma vergonha. Os impostos têm de ser para todos, tem que haver justiça fiscal.”

José Manuel Coelho, que é natural da Madeira e reside na ilha, falava aos jornalistas no âmbito de uma ação de campanha para as eleições europeias de domingo, junto a uma repartição de Finanças, no centro do Funchal.

Ao lado do serviço de Finanças, Coelho repetiu: “Tal como dizia Jesus Cristo, o Nazareno, ‘a minha casa é uma casa de oração e vós a transformastes num covil de ladrões'”.

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O candidato do Partido Trabalhista Português (PTP) afirmou ainda que as Finanças na região autónoma são uma “máquina tenebrosa”, ainda pior do que o pirata francês que assaltou a Madeira no ano de 1566 e “roubou toda a cidade do Funchal”.

Estes piratas que estão ali nas Finanças são apoiados pelos grandes partidos do sistema, os senhores do PS e do PSD, eles é que mantêm esta máquina e esta máquina infernal é como as prisões antigamente do Salazar, cada dia mais perfeitas”, disse.

José Manuel Coelho criticou a pressão exercida sobre os cidadãos comuns ao nível fiscal, enquanto “os grandes empresários não pagam impostos na Madeira” e “estão em paraísos fiscais”.

“Os madeirenses têm que abrir os olhos uma vez na vida, não podem estar dando votos a esta gente, para serem roubados todos os dias, que esta gente é uma canalha, é o pior que existe”, declarou.

José Manuel Coelho insistiu, por outro lado, no facto de ser o único cabeça de lista de origem madeirense e criticou os candidatos indicados pelo PSD/Madeira, Rubina Leal, e pelo PS regional, Sérgio Gonçalves, por “andarem a pedir o voto dos madeirenses que só vai servir para eleger deputados de Lisboa”, já que considera que estão ambos em lugares não elegíveis nas listas, respetivamente em novo e oitavo. “E depois esses amigos ainda têm a distinta lata de dizer que são autonomistas”, lamentou.

Em Portugal, as eleições europeias realizam-se no domingo e serão disputadas por 17 partidos e coligações: AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP. Serão eleitos 21 deputados.